Publicado 06/05/2025 09:47

Foi desenvolvido um modelo que prevê o risco de um paciente com DPOC ter sua primeira exacerbação grave

Archivo - Arquivo - Pulmões, DPOC
DESIGNER491/ ISTOCK - Archivo

MADRID 6 maio (EUROPA PRESS) -

Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu e validou o "Precise-X", um modelo que prevê o risco de um paciente com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) sofrer sua primeira exacerbação grave a médio e longo prazo, o que ajudará a melhorar o gerenciamento da doença e a evitar complicações, permitindo que sejam tomadas medidas antes que o paciente precise ser internado no hospital.

Esse modelo, desenvolvido com dados de mais de 219.000 pacientes do Clinical Practice Research Datalink do Reino Unido (2004-2022), usa informações de registros médicos eletrônicos para prever o risco de exacerbações graves até cinco anos após o diagnóstico. Sua validação demonstrou um alto nível de precisão, bem como uma boa calibração e um benefício clínico significativo.

De acordo com Bernardino Alcázar, chefe da seção de Pneumologia do Hospital Universitário Virgen de las Nieves, em Granada, que participou de seu desenvolvimento, essa ferramenta funciona com variáveis clínicas disponíveis para qualquer médico de atenção primária (PC) ou especializado, e também poderia incorporar inteligência artificial (IA). Ela também inclui uma análise representativa da população de pacientes com DPOC.

Vale ressaltar que as exacerbações causam uma deterioração na qualidade de vida dos pacientes com DPOC, bem como uma carga significativa tanto para os pacientes quanto para os sistemas de saúde. Embora as diretrizes clínicas atuais se concentrem no histórico de exacerbações anteriores, essa estratégia não identifica os pacientes com alto risco de sofrer a primeira exacerbação grave.

Nesse sentido, Alcázar explicou que o Precise-X ajudará os especialistas a tomar medidas preventivas na DPOC, tratando os pacientes de alto risco antes que ocorra a hospitalização, em vez de agir quando isso já tiver acontecido, como é feito atualmente.

Além disso, esse modelo permitiria a inclusão de populações de pacientes enriquecidas para eventos graves em estudos clínicos, já que a maioria dos estudos clínicos em DPOC não costuma mostrar eficácia na redução de exacerbações graves porque são eventos raros.

PIORA DOS SINTOMAS

As exacerbações na DPOC, causadas por um aumento local e generalizado da inflamação, são caracterizadas por uma piora dos sintomas respiratórios. Em particular, a produção de muco aumenta, causando maior dificuldade para respirar; podem ser observadas tosse, expectoração e alterações na cor do escarro.

Em média, os pacientes costumam apresentar exacerbações entre uma e quatro vezes por ano. Alguns não sofrem exacerbações ou sofrem exacerbações isoladas, enquanto outros sofrem exacerbações repetidas, em alguns casos exigindo internação hospitalar. Elas são classificadas como leves, moderadas ou graves e com risco de morte.

As principais causas da DPOC e das exacerbações incluem tabagismo, infecções traqueais e brônquicas, que representam de 50% a 70% das causas de exacerbações, e estilo de vida sedentário.

Até agora, quando um médico diagnostica um paciente com DPOC, ele não sabe se ele precisará ser internado, embora possa saber intuitivamente que há fatores associados a um risco maior, como idade, função pulmonar, tabagismo e determinados sintomas. "O Precise-X ajuda o médico a colocar um número e estabelecer claramente o risco", disse Alcázar.

Após essa pesquisa e a apresentação do modelo, o médico detalhou que o próximo passo é criar um aplicativo on-line para calcular o risco com a introdução de variáveis. Em seguida, ele terá de ser validado em uma população diferente da original, com a colaboração de especialistas de outros países. Ele também apontou seu uso em ensaios clínicos para intervenções precoces na DPOC.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador