Publicado 05/11/2025 08:11

Ferramenta de IA projetada para prever a erupção de vulcões com até doze horas de antecedência

Archivo - Arquivo - Vista da Cumbre Vieja a partir da estrada LP-213, estrada de Puerto Naos, em 24 de fevereiro de 2022, em Puerto Naos, La Palma, Ilhas Canárias (Espanha). A LP-213 liga o centro urbano de Los Llanos de Aridane a Tajuya, Todoque e Puerto
Jesús Hellín - Europa Press - Arquivo

GRANADA 5 nov. (EUROPA PRESS) -

Uma pesquisa internacional liderada pela Universidade de Granada (UGR) conseguiu desenvolver um procedimento baseado em Inteligência Artificial (IA) e Teoria de Sinais capaz de prever erupções vulcânicas com pelo menos doze horas de antecedência e confirmar sua conclusão em apenas três horas, "um avanço crucial para o gerenciamento de riscos e a proteção civil".

Foi o que a UGR destacou em um comunicado de imprensa sobre essa metodologia, que já foi validada com sucesso nas erupções do Tajogaite em La Palma (Santa Cruz de Tenerife) em 2021 e no Volcán de Fuego de Colima (México), e analisa parâmetros sísmicos em tempo real para "antecipar eventos eruptivos e caracterizar seu comportamento".

O estudo, que foi publicado na revista científica Journal of Volcanology and Geothermal Research, e do qual também participam pesquisadores das universidades de Colima (México) e Canterbury (Nova Zelândia) e do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, em Tenerife, estabelece as bases para uma nova geração de ferramentas de previsão vulcânica.

Trata-se, portanto, de uma ferramenta de alerta antecipado baseada em uma abordagem fundamentada na análise conjunta de três parâmetros sísmicos específicos: a entropia de Shannon, o índice de frequência e a chamada curtose, que fornece informações sobre a distribuição de probabilidade.

A entropia mede o grau de desordem nos sinais sísmicos, e sua diminuição indica que os terremotos estão se tornando mais organizados, um padrão que geralmente ocorre pouco antes de uma erupção. O índice de frequência, por sua vez, identifica mudanças nas frequências dominantes associadas a diferentes tipos de atividade magmática, enquanto a curtose é eficaz para "detectar eventos sísmicos impulsivos", de acordo com a UGR.

Essa técnica já foi testada com sucesso em vulcões da Espanha, México, Grécia, Itália, Estados Unidos (Havaí, Alasca e Oregon), Peru e Rússia. No caso da erupção de La Palma em 2021, esse método foi capaz de prever o evento com mais de nove horas de antecedência. A análise também possibilitou "determinar o fim do processo eruptivo quase em tempo real, registrando uma clara mudança na entropia de Shannon que coincidiu com a última evidência visual de atividade".

Para o vulcão Colima, a análise de uma década de dados (2013-2022) demonstrou a utilidade dessa técnica para "identificar o início de fases eruptivas intensas, o crescimento de domos de lava e a transição do vulcão para estados quiescentes".

A utilidade desse sistema vai além do escopo da própria pesquisa. Durante a recente crise vulcânica na ilha de Santorini (Grécia), a equipe da UGR, liderada por Jesús Ibáñez, professor do Departamento de Física Teórica e do Cosmos e do Instituto Andaluz de Geofísica, e Carmen Benítez, professora do Departamento de Teoria de Sinais, Telemática e Comunicações, atuou como consultora do governo grego e dos serviços de proteção civil, aplicando seus conhecimentos para monitorar e identificar a natureza da atividade sísmica.

A implementação dessa metodologia em sistemas de monitoramento vulcânico representa um salto qualitativo na segurança. Um alerta antecipado com uma margem de doze horas, como o que teria sido possível em La Palma, permitiria que as autoridades "ativassem protocolos de evacuação e avisos à população em tempo real, protegendo vidas e minimizando o impacto social das emergências vulcânicas", de acordo com os especialistas.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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