MADRID 11 mar. (EUROPA PRESS) -
Pesquisadores dos grupos Neuropharmacology of Addictions and Degenerative Disorders (NEUROFAN) e Regulation of Metabolism (GESTOBES) da Universidade CEU San Pablo descobriram que a ausência de uma proteína chamada pleiotrofina protege o cérebro contra processos neurodegenerativos causados pela obesidade e pelo comprometimento cognitivo associado.
"Observamos que o consumo contínuo de uma dieta rica em gordura não só contribui para o desenvolvimento da obesidade, mas também leva à neuroinflamação crônica que desencadeia processos neurodegenerativos acompanhados por um declínio cognitivo acentuado. Entretanto, na ausência da proteína pleiotrofina, essas alterações cerebrais causadas pelo consumo de uma dieta rica em gordura não ocorrem", explica Gonzalo Herradón, pesquisador principal do grupo NEUROFAN.
O estudo foi publicado na revista Neurobiology of Disease e reúne as evidências que levaram os pesquisadores a confirmar a pleiotrofina como uma nova proteína-chave na neurodegeneração e na neuroinflamação características da obesidade causada por uma dieta rica em gordura.
"Foi muito interessante observar que os animais que não possuem o gene da pleiotrofina não aumentam seu peso corporal, apesar da alta porcentagem de gordura que ingerem. Consequentemente, eles não apresentam os distúrbios metabólicos característicos da obesidade, o que está relacionado à sua proteção contra os processos neurodegenerativos associados", diz Mª del Pilar Ramos, pesquisadora principal do grupo GESTOBES.
"Além disso, descobrimos que a pleiotrofina restringe a formação e a manutenção da matriz que atua como escudo protetor dos neurônios, as redes perineuronais, o que torna essas células mais vulneráveis à neurodegeneração", disse Herradón.
Essa descoberta é o resultado de vários projetos de pesquisa financiados pelo Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, pela Comunidade de Madri, pela Fundação Universitária San Pablo CEU e pelo Banco Santander.
Nesse sentido, o grupo NEUROFAN, em colaboração com os grupos de pesquisa GESTOBES e PROLIGAR (Design and Synthesis of Drugs), passou anos estudando como a pleiotrofina exerce suas funções no cérebro e em outros órgãos, como o fígado e o pâncreas.
ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA
Os autores enfatizam que "é possível propor o bloqueio farmacológico da pleiotrofina como uma nova estratégia terapêutica na prevenção de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e outras demências associadas a distúrbios metabólicos, como a obesidade".
Nesse sentido, um marco significativo para o grupo nos últimos anos foi o desenvolvimento de novos compostos que regulam a atividade da pleiotrofina. "Esses resultados podem ser a origem da descoberta de novos medicamentos ativos em doenças neurodegenerativas e distúrbios metabólicos, como obesidade e diabetes", concluiu Herradón.
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