UNSPLASH/CHRIS MONTGOMERY
MADRI 30 dez. (Portaltic/EP) -
A videoconferência facilita a comunicação remota em consultas médicas, reuniões de trabalho ou acompanhamento de uma aula, mas as falhas audiovisuais que podem surgir durante seu desenvolvimento influenciam os julgamentos interpessoais e podem perpetuar a desigualdade.
As falhas experimentadas durante uma videochamada influenciam as opiniões das pessoas e têm impacto nas decisões que elas tomam, conforme concluiu um estudo realizado por pesquisadores da Cornell University e da University of Missouri-Kansas City (EUA), publicado na Nature.
Essas falhas, que eles descrevem como pequenas, como problemas de conexão, imagem distorcida ou áudio atrasado, prejudicam os julgamentos interpessoais em videochamadas presenciais, e a razão está em um fenômeno conhecido como uncanny valley, geralmente ligado à robótica.
Esse fenômeno se refere à rejeição ou desconfiança que os humanos podem sentir quando um robô é muito semelhante em aparência e comportamento a pessoas reais, mas não é perfeito.
Em relação às videochamadas, os pesquisadores explicam que as falhas "quebram a ilusão do contato face a face, evocando uma sensação estranha, sinistra ou inquietante", conforme constataram por meio de cinco experimentos e três estudos complementares usando interações ao vivo e gravadas.
E isso tem consequências para as decisões reais. Quanto maior for a sensação de estranheza de uma pessoa, mais negativo será seu julgamento do interlocutor. Assim, eles indicam que influenciam decisões como a contratação de uma pessoa em uma empresa, a concessão de liberdade condicional a um prisioneiro ou a prestação de assistência médica.
E apontam que essa influência tem o potencial de perpetuar a desigualdade, já que as pessoas com menos recursos tendem a ter conexões de Internet menos confiáveis, o que leva a mais falhas e, concluem, levaria a "resultados piores em contextos consequentes, como saúde, carreiras, justiça e conexão social".
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