MADRID 25 nov. (EUROPA PRESS) -
A prática de exercícios físicos pode reduzir a mortalidade em pacientes com câncer de próstata em até 33%, um benefício sobre o qual diferentes profissionais de saúde falaram durante uma reunião promovida pela Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM), a Associação de Câncer de Próstata (ANCAP) e a Bayer, com o apoio da Associação Espanhola de Urologia (AEU) e da Sociedade Espanhola de Oncologia por Radiação (SEOR).
"O exercício não é um complemento ou uma recomendação geral. É uma parte essencial do tratamento do câncer, e o câncer de próstata não é exceção", disse o Dr. Víctor Sacristán, membro do Grupo de Trabalho da SEOM sobre Exercício e Câncer, durante uma conferência realizada no centro esportivo GO fit Vallehermoso, em colaboração com a Europa Press.
Depois disso, ele enfatizou que o exercício supervisionado ajuda a melhorar a tolerância ao tratamento, reduzir os efeitos colaterais, como fadiga e perda de massa muscular, e contribuir para uma melhor recuperação funcional e emocional.
"Há cada vez mais evidências de que isso pode influenciar a sobrevivência, reduzir as complicações e melhorar a saúde geral. Especialmente nessa população de pacientes, com histórico de tratamento hormonal, é fundamental evitar a perda da densidade mineral óssea e da massa muscular", acrescentou.
A reunião também discutiu a campanha "Que nada nos detenha: PROmovendo a importância do esporte no câncer de próstata", que durante todo o mês de novembro percorreu vários hospitais para se concentrar no trabalho das unidades de exercício e câncer presentes no Hospital Universitário de Getafe, no Hospital La Fe em Valência e no Complexo Hospitalar Universitário da Corunha (CHUAC).
MAIOR PERCEPÇÃO DA NECESSIDADE DE EXERCÍCIOS
Por outro lado, ele destacou que, nos últimos anos, a percepção da necessidade de exercícios físicos como parte do tratamento do câncer evoluiu, inclusive no câncer de próstata, pois eles podem ajudar a evitar ou aliviar os efeitos colaterais do tratamento.
No entanto, a implementação de programas generalizados de exercícios físicos para pacientes com câncer ainda é "complicada" devido ao fato de que os recursos "são limitados", juntamente com o alto volume de pacientes.
Em relação a isso, a urologista do Hospital Universitário de Getafe e representante da Associação Espanhola de Urologia (AEU), Dra. Ana García Tello, afirmou que sua introdução nos hospitais "não é muito fácil" devido à falta de figuras como profissionais de exercícios ou personal trainers nesses centros.
"Há fisioterapeutas e reabilitadores, mas talvez o exercício seja entendido mais como recuperação de lesões ou para o assoalho pélvico, (...) talvez falte esse perfil para hábitos preventivos ou para aliviar os efeitos colaterais dos tratamentos", explicou.
Ele também ressaltou que há "evidências sólidas" de que o exercício vigoroso em homens faz com que o câncer de próstata tenha maior probabilidade de ser menos agressivo e menos arriscado, ao contrário do que ocorre em pessoas sedentárias.
"O exercício de força é muito importante para melhorar a densidade mineral óssea, prevenir a perda de massa muscular, evitar o risco de fraturas e quedas, e também reduz a fadiga", acrescentou.
Um dos aspectos mais importantes do exercício físico terapêutico é seu uso em ambientes não clínicos, como afirma o diretor de pesquisa e inovação da GO fit LAB e professor da Universidad Rey Juan Carlos, Alfonso Jiménez.
Ele destacou o programa que eles têm em colaboração com o Hospital Clínico San Carlos para pacientes com câncer de mama, que estão em "programas de intervenção muito específicos" de exercícios clínicos.
O PACIENTE COMO PARTE "ATIVA" DO TRATAMENTO
Por sua vez, o oncologista de radioterapia da La Fe de Valencia e da Genesis Care Valencia, e representante para exercício e câncer na plataforma de pacientes da Sociedade Espanhola de Oncologia por Radiação (SEOR), Dr. Miguel Ángel Berenguer, disse que a introdução do exercício como tratamento torna o paciente um agente "ativo" no tratamento.
"A doença não é mais abordada em uma atitude passiva. Hoje, o tratamento vai além da radioterapia, cirurgia ou quimioterapia. Nesse contexto, o exercício físico e o treinamento de força tornaram-se pilares indispensáveis no tratamento de pacientes com câncer", explicou.
Berenguer explicou que a combinação do esporte com o tratamento do câncer nos permite preservar a massa muscular, manter a força funcional, reduzir a fadiga e melhorar a saúde óssea, objetivos fundamentais que devemos recomendar aos pacientes com câncer de próstata.
Por isso, ele lamentou que ainda existam médicos que proíbem o exercício durante o tratamento, uma situação que se deve a "falsos mitos que foram transmitidos de geração em geração sem nenhuma evidência científica" e que fazem com que o paciente "tolere pior a radioterapia", apresentando mais fadiga e efeitos colaterais.
UMA CAMPANHA PARA NORMALIZAR O EXERCÍCIO PARA PACIENTES COM CÂNCER
A campanha, realizada por ocasião do movimento "Movember", que é celebrado durante o mês de novembro para aumentar a conscientização sobre a saúde masculina e o câncer em homens, teve o objetivo de tornar visível e divulgar a importância do exercício físico em pacientes com câncer de próstata, conforme explicado pelo especialista em exercício físico para pacientes com câncer e protagonista da campanha, Mario Redondo.
Da mesma forma, o vice-presidente da Associação de Câncer de Próstata (ANCAP), César Comuñas, destacou que esse tipo de iniciativa ajuda a normalizar o exercício físico para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
"Estou plenamente convencido (...) de que a atividade física é contagiosa e em muitos outros níveis, porque quando você faz atividade física você se sente melhor", disse Comuñas, que acredita que o esporte faz com que os pacientes se preocupem com outros aspectos, como alimentação, descanso e consumo de tabaco ou álcool.
Ele também enfatizou a importância de ter apoio psicológico para manter essa qualidade de vida, pois o diagnóstico produz um "sério choque emocional" que faz com que seja entendido como "um encontro com a vida após a morte, com maior ou menor proximidade".
Finalmente, Jordi Farrés, diretor de oncologia da Bayer Espanha, enfatizou que a campanha "Que nada nos detenha" busca incentivar os pacientes a ter acesso a programas de atividade física adaptados e monitorados que proporcionem benefícios tangíveis tanto em termos de qualidade de vida quanto de controle da doença.
"Esse esforço conjunto é um sinal claro da evolução em direção a um atendimento mais abrangente e personalizado, focado no bem-estar geral do paciente", concluiu.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático