Publicado 07/11/2025 08:37

Estudo revela como o câncer colorretal bloqueia a ação da imunoterapia por meio de uma barreira dupla

Archivo - Arquivo - Câncer de cólon, intestino
GETTY IMAGES/ISTOCKPHOTO / LIGHTFIELDSTUDIOS

MADRID 7 nov. (EUROPA PRESS) -

Um estudo do Instituto de Pesquisas em Biomedicina (IRB Barcelona) e do Centro Nacional de Análises Genômicas (CNAG) revelou que, por meio de um hormônio chamado TGF-B, os tumores colorretais geram uma barreira dupla que impede a ação do sistema imunológico e, portanto, da imunoterapia.

Nos últimos anos, os tratamentos de imunoterapia, que reativam o sistema imunológico para atacar as células tumorais, transformaram a abordagem de muitos cânceres. No entanto, alguns tumores parecem resistentes à sua ação, como no caso do câncer colorretal metastático, em que a maioria dos pacientes não responde a esse tratamento.

Com base nessas evidências, os pesquisadores do artigo publicado nesta sexta-feira na Nature Genomics combinaram modelos experimentais de metástase em camundongos com análises de tumores de pacientes para entender como o TGF-B articula a resistência à imunoterapia, algo que já havia sido observado anteriormente.

Ele revela que dois mecanismos complementares são responsáveis pela defesa do tumor, com o TGF-B atuando como um sinal de "não invasão". Por um lado, o TGF-B impede que linfócitos T suficientes, as células responsáveis por matar as células cancerígenas, cheguem ao tumor a partir do sangue. Por outro lado, ele bloqueia a expansão das poucas células T que conseguem se infiltrar no tumor.

"Nosso trabalho mostra que os tumores se defendem das terapias imunológicas manipulando seu ambiente para interromper a resposta imunológica em duas frentes. Compreender essa linguagem de comunicação entre o tumor e o sistema imunológico abre a porta para a criação de estratégias para desativar essas defesas e, assim, melhorar a eficácia da imunoterapia", explica Eduard Batlle, chefe do Laboratório de Câncer Colorretal do IRB Barcelona e pesquisador do CIBERONC, Eduard Batlle, pesquisador do ICREA.

ABRE A PORTA PARA NOVAS TERAPIAS

Os pesquisadores demonstraram em modelos experimentais que, ao bloquear a ação do TGF-B, as células imunológicas podem entrar maciçamente no tumor e recuperar sua capacidade de ataque. "Além disso, ao combinar esse bloqueio com a imunoterapia, observamos respostas antitumorais muito potentes", disse uma das primeiras autoras do estudo, Maria Salvany.

Dessa forma, a pesquisa sugere estratégias alternativas aos inibidores de TGF-B já existentes, cujo uso em pacientes é atualmente limitado devido aos efeitos colaterais que causam. Entre as abordagens dos cientistas está o bloqueio dos mecanismos ativados pelo TGF-B, incluindo a produção de osteopontina. "De qualquer forma, essas alternativas devem ser avaliadas em ensaios clínicos, e sempre em combinação com a imunoterapia", disse Eduard Batlle.

"A compreensão desse circuito nos permite buscar soluções mais seguras e seletivas. O objetivo final é que as imunoterapias, que atualmente só funcionam em um pequeno grupo de pacientes, também possam beneficiar a maioria dos pacientes com câncer colorretal metastático", conclui Alejandro, pesquisador da Universidade de Granada, que liderou o estudo junto com Batlle e que anteriormente estava no IRB Barcelona.

O projeto recebeu financiamento da Fundação Olga Torres, da Fundação "la Caixa", da World Wide Cancer Research, do Conselho Europeu de Pesquisa (ERC Advanced Grant), da Associação Espanhola Contra o Câncer (AECC) por meio do Programa de Excelência - Metástase e outras bolsas para pesquisadores, do Ministério da Ciência, Inovação e Universidades da Espanha, da La Marató de TV3 e da Agència de Gestió d'Ajuts Universitaris i de Recerca (AGAUR).

A AECC lembrou que o câncer colorretal é o tumor mais comumente diagnosticado na Espanha, com mais de 44.000 casos por ano, e a metástase continua sendo a principal causa de morte. Assim, eles destacaram o valor dessa descoberta, que abre caminho para o desenvolvimento de terapias combinadas que poderiam beneficiar os pacientes que atualmente não têm opções eficazes.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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