MADRID 1 ago. (EUROPA PRESS) -
As vacinas contra o SARS-CoV-2 no período de 2020 a 2024 evitaram 2,533 milhões de mortes em todo o mundo, o que representa uma morte evitada para cada 5.400 doses de vacina administradas, de acordo com um estudo liderado por cientistas da Università Cattolica del Sacro Cuore em Roma (Itália) e da Universidade de Stanford (EUA).
Além disso, 82% das vidas salvas pelas vacinas foram de pessoas vacinadas antes de contraírem o vírus, 57% durante o período do vírus e 90% foram de pessoas com 60 anos ou mais. No total, as vacinas salvaram 14,8 milhões de anos de vida (um ano de vida salvo para cada 900 doses de vacina administradas).
Esses são alguns dos dados divulgados em um estudo publicado na revista "Jama Health Forum" e coordenado pela professora Stefania Boccia, professora de Higiene Geral e Aplicada da Università Cattolica, com a colaboração de Angelo Maria Pezzullo, pesquisador em Higiene Geral e Aplicada, e Antonio Cristiano, médico residente em Higiene e Medicina Preventiva.
"Antes de nós, vários estudos tentaram estimar as vidas salvas pelas vacinas com diferentes modelos e em diferentes períodos ou partes do mundo, mas este é o mais abrangente porque se baseia em dados globais, também abrange o período omicrônico, calcula o número de anos de vida salvos e se baseia em menos suposições sobre a tendência da pandemia", dizem Boccia e Pezzullo.
Os especialistas estudaram dados demográficos globais e aplicaram uma série de métodos estatísticos para determinar quem, entre os que adoeceram com covid, o fez antes ou depois da vacinação, antes ou depois do período omicrônico, e quantos deles morreram (e com que idade).
"Comparamos esses dados com os dados estimados modelados na ausência da vacinação contra a covid-19 e pudemos calcular o número de pessoas que foram salvas pela vacinação contra a covid-19 e os anos de vida ganhos como resultado", explica Pezzullo.
Também foi constatado que a maioria dos anos de vida salvos (76%) ocorreu em pessoas com mais de 60 anos de idade, mas os residentes de instituições de longa permanência contribuíram com apenas 2% do número total. Crianças e adolescentes (0,01% das vidas salvas e 0,1% dos anos de vida ganhos) e jovens adultos de 20 a 29 anos (0,07% das vidas salvas e 0,3% dos anos de vida ganhos) contribuíram muito pouco para o benefício total.
"Essas estimativas são substancialmente mais conservadoras do que as estimativas anteriores, que se concentraram principalmente no primeiro ano de vacinação, mas demonstram claramente um benefício geral significativo da vacinação contra a covid-19 no período de 2020 a 2024. A maioria dos benefícios, em termos de vidas e anos de vida salvos, foi obtida em uma parte da população mundial que costuma ser a mais frágil, os idosos", conclui Boccia.
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