Publicado 12/03/2025 14:04

Estudo identifica quatro fenótipos de apneia obstrutiva do sono em mulheres e permite tratamentos personalizados

Archivo - Arquivo - Mulher dormindo.
ILONA TITOVA/ISTOCK - Archivo

MADRID 12 mar. (EUROPA PRESS) -

Um estudo realizado pelo Hospital Universitário de Bellvitge, pelo Instituto de Pesquisa Biomédica de Bellvitge e pela Sociedade Catalã de Pneumologia (SOCAP) identificou quatro fenótipos de apneia obstrutiva do sono (AOS) em mulheres, o que revela uma diversidade até então desconhecida da doença em pacientes do sexo feminino e permitirá que os especialistas personalizem os tratamentos.

A pesquisa analisou 1.886 pacientes do sexo feminino na Unidade do Sono do Hospital Bellvitge. Até agora, os estudos baseavam-se em coortes com predominância de homens de meia-idade ou mais velhos, de modo que não refletiam adequadamente a complexidade e a diversidade de como a AOS se manifesta nas mulheres.

"Antes deste estudo, os dados de estudos com uma maioria de homens eram extrapolados para as mulheres; pensava-se que a AOS era uma doença que afetava mais os homens, porque eles eram os que mais consultavam e considerava-se que havia um subdiagnóstico nas mulheres atribuível ao fato de que elas apresentavam menos sintomas do que os homens", explicou a presidente da SOCAP e pesquisadora principal e coordenadora desse trabalho, Carme Monasterio.

Os fenótipos identificados por esse estudo permitiram que os pacientes fossem divididos em quatro categorias. O grupo majoritário (47% dos pacientes) é formado por mulheres de meia-idade com sintomas clássicos de AOS e fatores de risco cardiovascular. Esse é o perfil mais comum e é caracterizado por ronco, sonolência diurna e paradas respiratórias observadas por familiares.

O segundo grupo de pacientes (27%) é formado por mulheres de meia-idade com poucos sintomas e sem risco cardiovascular significativo. Eles apresentam AOS leve-moderada sem sintomas graves ou fatores de risco cardiovascular significativos. Seu tratamento pode ser baseado em medidas higiênico-dietéticas.

Em terceiro lugar, 12% dos pacientes são mulheres com mais de 65 anos de idade, com poucos sintomas, doenças cardiovasculares associadas e AOS grave. Esse perfil corresponde a mulheres com apneia grave, mas com sintomas leves e que também têm doença cardiovascular.

O último grupo, que representa 14% das pacientes do estudo, é composto por mulheres de meia-idade com sintomas atípicos, transtornos de humor, sono não restaurador e risco cardiovascular. Esse perfil é o que tem sido comumente associado às mulheres até agora, mas a pesquisa mostrou que ele não é o mais prevalente.

Os pesquisadores revelaram, portanto, que a apresentação clássica da AOS, anteriormente atribuída aos homens, é a mais prevalente em mulheres em seu ambiente, enquanto a apresentação atípica, anteriormente mais comumente associada às mulheres, não é tão frequente nas mulheres.

Também foi constatado que há grupos de pacientes com poucos ou nenhum sintoma expressivo.

As descobertas permitirão que os especialistas em apneia do sono e as equipes multidisciplinares ofereçam tratamentos mais personalizados às suas pacientes do sexo feminino, dependendo do fenótipo da AOS.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático