Publicado 04/11/2025 06:56

Estudo do IEO revela a evolução do Atlântico oriental: o norte da África era uma região verde com água doce

Archivo - Arquivo - Sistema de amostragem usado para obter amostras usadas em um estudo IEO
IEO - Arquivo

SANTA CRUZ DE TENERIFE 4 nov. (EUROPA PRESS) -

Pesquisadores do Instituto Espanhol de Oceanografia (IEO, CSIC), em colaboração com centros de pesquisa na Alemanha e no Reino Unido, reconstruíram as variações oceanográficas ao largo do arquipélago de Cabo Verde nos últimos 12.000 anos, um período conhecido como Holoceno.

O estudo, publicado na revista "Progress in Oceanography", analisa a temperatura da superfície e das águas profundas e a estrutura das massas de água para compreender a evolução da ressurgência costeira do noroeste da África e a influência do giro subtropical do Atlântico.

"Os resultados sugerem que os períodos mais úmidos no norte da África coincidiram com uma menor intensidade de ressurgência e uma influência mais forte do giro subtropical, enquanto as fases mais secas foram associadas a uma ressurgência mais intensa. O sistema mostra, no entanto, uma dinâmica complexa, resultado da interação entre vários fatores", diz Irene Pérez Rodríguez, técnica do Centro Oceanográfico de Vigo do IEOCSIC e primeira autora do estudo.

Durante o Holoceno, o norte da África passou por uma profunda transformação de uma região verde, com paisagens de savana e sistemas frequentes de água doce, para o atual deserto do Saara, há cerca de 5.500 anos.

O estudo examina como o Oceano Atlântico respondeu a essa importante mudança ambiental e se as variações na aridez do Saara se refletiram na circulação oceânica e na ressurgência costeira.

"A compreensão desses mecanismos é essencial para aprimorar os modelos climáticos que tentam prever cenários futuros, incluindo a possibilidade de um novo 'Saara verde' como ponto de inflexão climática", diz o autor.

O estudo baseia-se na análise de um núcleo de sedimento marinho recuperado a uma profundidade de mais de 4.000 metros durante a expedição "iMirabilis2", no âmbito do projeto europeu H2020 iAtlantic.

Esse trabalho reforça o papel do IEO-CSIC no estudo do clima passado e da dinâmica oceânica do Atlântico, fundamental para a compreensão das mudanças que os oceanos enfrentarão no futuro.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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