Publicado 12/11/2025 10:22

Estudo do CSIC alerta sobre o impacto do desperdício de alimentos na produção de frutas e vegetais

Resíduos biológicos orgânicos vencidos.
ISTOCK

SEVILLA 12 nov. (EUROPA PRESS) -

Uma equipe liderada pela Estação Experimental de Zonas Áridas (EEZA) do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha (CSIC) analisou os descartes de frutas e vegetais antes de entrarem em circuitos comerciais entre 2018 e 2024 na Espanha e estimou seu impacto ambiental calculando as pegadas de água e carbono associadas.

De acordo com o CSIC em uma nota, os resultados, publicados na revista Water, mostram que durante esse período foram descartadas mais de 480.000 toneladas de excedentes, o que equivale a um consumo de quase 36 hectômetros cúbicos de água, ou seja, 36.000 milhões de litros e "encheria 14.400 piscinas olímpicas". A emissão equivalente de dióxido de carbono foi de "quase 37.000 toneladas".

A Espanha é um dos países europeus mais vulneráveis ao estresse hídrico: "mais de 60% do seu território é composto por áreas áridas". "Apesar disso, o país desenvolveu uma forte vocação agrícola baseada no uso intensivo de recursos hídricos.

Reservatórios, transferências de água, exploração de aquíferos e usinas de dessalinização tornaram possível sustentar a produção que alimenta tanto o mercado doméstico quanto um "importante" setor de exportação de frutas e vegetais.

"No entanto, esse modelo de produção bem-sucedido esconde profundas ineficiências", disse o pesquisador da EEZA-CSIC Jaime Martínez Valderrama, líder do estudo em conjunto com pesquisadores da Universidade de Alicante e da Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah (Arábia Saudita).

"O crescente desequilíbrio entre a demanda e a disponibilidade de água, agravado pela mudança climática, coloca a Espanha entre os países com maior estresse hídrico do mundo". Nesse contexto, "o desperdício de alimentos assume uma dimensão particularmente crítica: cada fruta ou vegetal que é descartado também representa desperdício de água, energia e emissões".

Além da magnitude dos números, os resultados, de acordo com a equipe científica, "revelam um problema estrutural". O modelo agroalimentar dominante, orientado para a lucratividade imediata e a concorrência de preços, "tende a ignorar os custos sociais e ambientais da produção".

Isso se traduz em "superexploração dos recursos hídricos, degradação do solo, precariedade do trabalho e perda de valor da produção agrícola na fonte". O trabalho destaca "a necessidade urgente de repensar as práticas agrícolas atuais e avançar para um modelo mais sustentável, capaz de equilibrar a lucratividade com a eficiência no uso dos recursos naturais".

"A gestão da água, a redução do desperdício de alimentos e a valorização justa do trabalho agrícola devem ser colocadas no centro das políticas agrícolas para garantir o futuro de um setor essencial em um país que está cada vez mais exposto à escassez de água", enfatizou Martínez Valderrama.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado