MADRID 5 mar. (EUROPA PRESS) -
Arqueólogos descobriram cinco estatuetas de cerâmica, datadas de 2.400 anos atrás, no topo de uma estrutura piramidal em El Salvador, que mostram uma "expressão facial dramática" e estão associadas a rituais públicos.
Em um estudo publicado na revista Antiquity, o Dr. Jan Szymanski e sua colega Gabriela Prejs, da Universidade de Varsóvia, fizeram escavações no grande sítio pré-colombiano de San Isidro, anteriormente não escavado, no Departamento de Sonsonate, no oeste de El Salvador.
No topo da maior estrutura piramidal do local, os pesquisadores fizeram uma descoberta inesperada: uma rica oferta que se assemelhava a um depósito funerário, mas sem restos humanos. Eles encontraram cinco estatuetas de cerâmica, datadas de cerca de 400 a.C. "Essa descoberta é apenas o segundo grupo desse tipo encontrado in situ e o primeiro a apresentar uma figura masculina", acrescenta o Dr. Szymanski.
COMO BONECAS
Três das figuras têm cabeças articuladas, o que faz com que se assemelhem a bonecas de brinquedo modernas. Os autores sugerem que elas eram algum tipo de boneco antigo, colocado em uma cena ou "quadro", sem dúvida com a intenção de transmitir uma mensagem que agora se perdeu.
A posição dessas peças no topo da maior pirâmide do local sugere que elas participavam de rituais importantes, possivelmente públicos.
"Uma das características mais marcantes das marionetes é sua expressão facial dramática, que muda dependendo do ângulo pelo qual olhamos para elas", diz o Dr. Szymanski. "Vistos de cima, eles parecem quase sorridentes, mas, quando vistos de um ângulo horizontal, tornam-se raivosos ou desdenhosos e, em seguida, assustados quando vistos de baixo. Esse é um design consciente, talvez com a intenção de aumentar a variedade de apresentações rituais nas quais os fantoches podem ter sido usados."
Esse estilo de estatueta é encontrado tanto no oeste de El Salvador quanto no sul da Guatemala. Outros artefatos descobertos no depósito, como pingentes de jade, também são conhecidos da área istmocolombiana da atual Nicarágua, Costa Rica e Panamá. Essas semelhanças materiais podem ter expressado as conexões da elite local com outras elites em lugares distantes.
Tudo isso sugere que San Isidro participava de redes de interação de longa distância e compartilhava tradições e costumes rituais em toda a América Central, desafiando a ideia tradicional dos arqueólogos de que El Salvador era uma parte isolada da região.
"Essa descoberta contradiz a noção predominante de atraso cultural ou isolamento de El Salvador nos tempos antigos", conclui o Dr. Szymanski. "Ela revela a existência de comunidades vibrantes e de longo alcance capazes de trocar ideias com lugares notavelmente distantes.
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