EFTHALIA TRAIANOU, HEIDELBERG UNIVERSITY, IWR
MADRID 31 jul. (EUROPA PRESS) -
Há 150 anos, a galáxia OJ 287 e suas variações de brilho a 5 bilhões de anos-luz de distância intrigam os astrônomos, que suspeitam que dois buracos negros supermassivos estejam se unindo em seu núcleo.
Uma equipe internacional de pesquisa, liderada pela Dra. Efthalia Traianou, da Universidade de Heidelberg, recentemente conseguiu obter imagens do coração da galáxia com detalhes excepcionais.
Essa imagem inovadora, obtida com a ajuda de um radiotelescópio espacial, mostra um segmento altamente curvo, até então desconhecido, do jato de plasma girando a partir do centro da galáxia. A imagem fornece novas percepções sobre as condições extremas que prevalecem em torno de buracos negros supermassivos.
A pesquisa foi publicada na revista Astronomy & Astrophysics.
O núcleo da galáxia OJ 287 pertence à classe dos blazares que apresentam alta atividade e luminosidade surpreendente. As forças motrizes por trás desses núcleos galácticos ativos são os buracos negros. Eles absorvem matéria de seus arredores e podem ejetá-la na forma de gigantescos jatos de plasma compostos de radiação cósmica, calor, átomos pesados e campos magnéticos.
"Nunca antes havíamos observado uma estrutura na galáxia OJ 287 com o nível de detalhe mostrado na nova imagem", enfatiza Traianou, do Centro Interdisciplinar de Computação Científica da Universidade de Heidelberg.
A imagem, que penetra profundamente no centro da galáxia, revela a estrutura nitidamente curva e em forma de fita do jato; ela também fornece novas percepções sobre a composição e o comportamento do jato de plasma. Algumas regiões ultrapassam temperaturas de dez trilhões de graus Kelvin, o que evidencia a liberação de energia e movimento extremos nas proximidades de um buraco negro.
Os pesquisadores também observaram a formação, a propagação e a colisão de uma nova onda de choque ao longo do jato, atribuindo-a a uma energia na faixa de um trilhão de elétron-volts, obtida a partir de uma medição incomum de raios gama em 2017.
TELESCÓPIO ESPACIAL VIRTUAL
A imagem de alcance de rádio foi obtida com um interferômetro de rádio terra-espaço, que consiste em um radiotelescópio em órbita da Terra (uma antena de dez metros da missão RadioAstron a bordo do satélite Spektr-R) e uma rede de 27 observatórios terrestres distribuídos ao redor da Terra.
Dessa forma, os pesquisadores conseguiram criar um telescópio espacial virtual com cinco vezes o diâmetro da Terra; sua alta resolução se deve à distância entre os observatórios de rádio. A imagem é baseada em um método de medição que explora a natureza ondulatória da luz e as ondas sobrepostas associadas.
A imagem interferométrica apóia a hipótese de que um buraco negro supermassivo binário está localizado dentro da galáxia OJ 287. Ela também fornece informações importantes sobre como os movimentos desses buracos negros influenciam a forma e a orientação dos jatos de plasma emitidos.
Instituições da Alemanha, Itália, Rússia, Espanha, Coreia do Sul e Estados Unidos contribuíram para a pesquisa.
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