MADRID 11 mar. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe de pesquisadores redescobriu uma espécie de rã na região chilena de La Araucania que não era vista há mais de 130 anos, de acordo com um relatório publicado na revista Zookeys.
O Alsodes vittatus foi descrito cientificamente em 1902 por Rodulfo Amando Philippi, um naturalista alemão que vivia no Chile. O entomologista francês Philibert Germain havia descoberto a espécie em 1893 na antiga Hacienda San Ignacio de Pemehue, na região de Araucanía, no Chile, e levou três espécimes para Philippi descrever. Desde então, ninguém mais viu a espécie, apesar dos vários esforços de busca.
Entre 1995 e 2002, vários pesquisadores tentaram, sem sucesso, encontrá-la na área de Pemehue, no canto noroeste da antiga Hacienda.
Em 2015 e 2016, novas expedições lideradas pelos biólogos Claudio Correa e Juan Pablo Donoso conseguiram localizar duas populações de Alsodes na mesma área, mas os indivíduos que eles observaram não tinham a faixa branca ou amarela característica do A. vittatus no dorso, sugerindo que provavelmente pertenciam a uma espécie diferente.
"O principal desafio para localizá-lo foi a falta de precisão na descrição de sua localidade-tipo", dizem os pesquisadores. "Na época de Germain, a Hacienda San Ignacio de Pemehue era uma enorme fazenda, e o naturalista não especificou o local exato onde coletou os espécimes.
Para localizar as espécies, Correa e sua equipe tiveram que reconstruir a rota que Germain pode ter seguido dentro da fazenda, estudando suas publicações e outros documentos históricos.
Em 2023 e 2024, Claudio Correa e o engenheiro de energia renovável Edvin Riveros seguiram a rota reconstruída, entrando na antiga fazenda pelo canto sudeste. Lá eles encontraram duas populações de A. vittatus nas bacias dos rios Lolco e Portales na região da Araucanía, confirmando a existência dessa espécie enigmática após mais de um século sem registros.
De acordo com os autores, esse é um marco importante para a herpetologia sul-americana e para a conservação da biodiversidade no cone sul. A maioria das outras espécies do gênero Alsodes está ameaçada de extinção ou não se sabe o suficiente sobre elas para avaliar seu status, e esclarecer onde e como elas vivem é o primeiro passo para protegê-las.
"A redescoberta do A. vittatus nos permitiu obter, mais de um século após sua descrição, os primeiros dados biológicos e ecológicos sobre a espécie. As observações de campo também indicam que esse anfíbio enfrenta várias ameaças importantes e pode ser considerado em perigo de extinção", alertam os pesquisadores.
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