Publicado 01/12/2025 07:13

Especialistas pedem saúde digital conjunta para "reforçar" a inovação e a liderança global da UE

Especialistas pedem saúde digital conjunta para "reforçar" a inovação e a liderança global da UE
NACHO GOMEZ/UNIR

MADRID 1 dez. (EUROPA PRESS) -

Especialistas reunidos na Cúpula Europeia de Saúde Digital argumentaram que a Europa "deve avançar em direção a uma saúde digital conjunta, inteligente e coordenada", que gere "confiança, impulsione a inovação e fortaleça a liderança global do continente nesse campo".

A reunião, que está sendo realizada nesta segunda e terça-feira na Casa de América, em Madri, como parte do projeto 'NET4DHE', passará dois dias abordando os desafios de saúde "mais urgentes" da UE e enfatiza que a inteligência artificial, o acesso a dados de saúde e o treinamento são "elementos-chave" para a transformação digital da saúde.

Organizada pela Universidade Internacional de La Rioja (UNIR), Digitaleurope e Reference Site Collaborative Network (RSCN), a Cúpula Europeia de Saúde Digital foi apresentada como o maior evento de saúde digital da Europa e está sendo realizada pela primeira vez na Espanha, onde continuará na terça-feira. A cúpula, que faz parte do projeto 'Network for Digital Health Excellence' (NET4DHE), financiado pelo programa EU4Health da Comissão Europeia, tem como objetivo "fortalecer o ecossistema europeu de transformação da saúde digital por meio da colaboração entre os estados-membros, administrações públicas, empresas, sociedade civil, pesquisadores e acadêmicos".

No contexto, a reunião ocorre em um momento em que o mercado europeu de saúde digital alcançou 109.600 milhões de euros em 2024 e estima-se que chegue a 272.500 milhões em 2033. Na Espanha, mais de 2.100 start-ups e scale-ups de saúde digital levantaram cerca de 114 milhões de euros em 61 negócios até 2024, enquanto a estratégia nacional prevê mais de 700 milhões de euros de investimento para a digitalização da saúde.

De acordo com especialistas, essa dinâmica "contribui para fortalecer" os sistemas de saúde, "avançar" a abordagem "One Health", "melhorar" o acesso a medicamentos e "acelerar" a adoção de tecnologias digitais, alinhando as estratégias nacionais com os objetivos comuns de saúde da UE.

ESPAÇO EUROPEU DE DADOS DE SAÚDE (EDHS)

Na apresentação da reunião, o Diretor de Projetos da Digitaleurope, José Martínez-Usero, destacou que o digital "não é mais um acessório nos sistemas de saúde europeus, mas a espinha dorsal" para a construção de sistemas mais resilientes, personalizados e sustentáveis. Ele também enfatizou que o Congresso Europeu de Saúde Digital atua como uma plataforma que reúne tomadores de decisões públicas, indústria, pesquisadores, profissionais de saúde e pacientes para "transformar dados de saúde e inovação em resultados concretos e novas oportunidades de negócios no mercado único europeu".

Um dos principais desafios abordados na cúpula é o desenvolvimento do European Health Data Space (EDHS), uma proposta para fornecer aos sistemas de saúde e aos inovadores as informações necessárias para projetar e implementar soluções de inteligência artificial seguras e eficazes em ambientes clínicos reais. Esse projeto exige uma estreita colaboração entre os Estados-Membros, além de levantar desafios relacionados ao uso ético dos dados e à proteção de informações pessoais.

Nesse contexto, o diretor do programa 'Digital, EU4Health and Health Systems Modernisation' da Comissão Europeia, Marco Marsella, argumentou que o setor de saúde europeu "pode se beneficiar amplamente" da inteligência artificial, que já é capaz de "apoiar decisões de diagnóstico e tratamento e reduzir a carga administrativa e financeira dos sistemas de saúde".

PESQUISA, TREINAMENTO E TRANSFERÊNCIA PARA AS DEMANDAS DO MERCADO

Por outro lado, o papel do setor acadêmico também foi destacado como um "elemento-chave" na construção de um ecossistema de saúde inovador e competitivo, no qual a pesquisa, o treinamento e a transferência de conhecimento "respondem às demandas reais do mercado".

O Presidente da Universidade Internacional de La Rioja (UNIR), Rafael Puyol, argumentou que os ambientes digitais "devem ser colocados a serviço dos profissionais de saúde para que possam combinar a alta acessibilidade e disponibilidade de recursos com a precisão e eficiência do treinamento por videoconferência", uma metodologia que a UNIR já aplicou com mais de 170.000 alunos em mais de 700 programas acadêmicos em todo o mundo.

Puyol lembrou que a Faculdade de Ciências da Saúde da UNIR é atualmente a maior da Espanha na modalidade on-line e que a universidade está desenvolvendo o primeiro curso misto em Atividade Física e Esporte, o único do gênero no país.

Esse programa serve como uma carta de apresentação para seu compromisso com modelos híbridos em universidades irmãs, como o curso de Medicina da Universidade Internacional da Guatemala. Para concluir, Puyol enfatizou que "a saúde digital se tornou o eixo central de nossa ferramenta de aprendizado, bem como a maneira de penetrar no mercado de negócios e nos ecossistemas de atendimento social e clínico".

Na mesma linha, o Vice-Reitor de Projetos de Pesquisa Internacional da UNIR, Daniel Burgos, destacou que a inovação acadêmica e tecnológica "deve ser um dos principais mecanismos para oferecer uma formação alinhada com as demandas reais dos alunos e da sociedade, especialmente em um contexto de rápida evolução das tecnologias aplicadas à saúde".

De acordo com os especialistas, essa conexão entre a universidade e o mundo dos negócios "permite antecipar as necessidades do mercado e ajustar a formação aos perfis profissionais emergentes, preparando os alunos para se tornarem os futuros especialistas que o setor de saúde demandará nos próximos anos".

"A SAÚDE DIGITAL É FUNDAMENTAL".

Entre os participantes dessa cúpula estavam o Ministro da Digitalização da Comunidade de Madri, Miguel López Valverde; o Secretário Geral de Saúde Digital, Informação e Inovação do Sistema Nacional de Saúde, Juan Fernando Muñoz Montalvo; e a Diretora Geral da Dato do Ministério da Transformação Digital e do Serviço Civil, Ruth del Campo. Instituições privadas, como a DKV e a empresa farmacêutica UCB, também participaram como parte da rede de saúde que está se preparando para essa transformação digital na área da saúde.

López Valverde explicou que, na Comunidade de Madri, foram realizados projetos "que tínhamos em mente em um tempo muito curto", graças aos fundos europeus. Principalmente, "tudo relacionado ao acesso do paciente e do cidadão ao sistema de saúde por meio do cartão virtual de saúde", disse ele.

"Tudo o que estamos fazendo é fornecer ferramentas aos profissionais de saúde para que seu trabalho diário seja muito mais fácil e eles possam trabalhar com mais eficiência, porque, no final, é uma evolução de todo o sistema", concluiu o ministro.

Por sua vez, Muñoz Montalvo acrescentou que "é uma grande satisfação" que essa cúpula seja realizada na Espanha, considerando que a saúde digital é "um recurso fundamental para manter alguns dos pontos fortes do nosso sistema de saúde e da nossa sociedade".

Ele também reiterou que "a saúde digital é fundamental para superar alguns dos principais desafios enfrentados pelo nosso sistema de saúde: o envelhecimento da população com mais doenças crônicas, a escassez de profissionais, o aumento das listas de espera e a pressão sobre os médicos. Nessas circunstâncias, nenhum profissional pode se manter atualizado sem novas ferramentas e nenhum sistema de saúde pode tomar boas decisões sem dados integrados. É por isso que a inovação é tão essencial.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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