Publicado 06/03/2025 08:18

Especialistas alertam que 70% dos cânceres de orofaringe estão ligados a infecções por HPV

Médicos Vithas Jesús Miguélez e Fátima Palomo.
VITHAS SEVILLA

SEVILLA 6 mar. (EUROPA PRESS) -

Nos últimos 20 anos, o câncer de orofaringe relacionado ao vírus do papiloma humano (HPV, ou HPV-positivo) apresentou um aumento significativo na incidência. Especificamente, a cepa HPV-16 é responsável por 70% dos cânceres de orofaringe em países desenvolvidos e 18% de todos os casos de câncer de cabeça e pescoço. Como destaca o Dr. Jesús Miguélez, otorrinolaringologista do Vithas Sevilha, "a principal causa desse aumento é a mudança nas práticas sexuais da população em geral, tanto heterossexual quanto homossexual, nos últimos 40 anos". O aumento de casos colocou essa patologia em "sexto lugar em incidência na Espanha e representa cerca de 5% dos cânceres diagnosticados".

Como o hospital informou em uma nota, o aumento se choca com as campanhas de prevenção, reforçadas durante o mês de março para o Dia Mundial do HPV. Assim, nas palavras de Miguélez, "acredita-se que o principal mecanismo de transmissão seja o contato oral-genital ou mesmo boca a boca". Uma posição compartilhada pela especialista em ginecologia do Vithas Sevilha, Dra. Fátima Palomo, que acrescentou que "o HPV pode ser transmitido mesmo sem uma relação sexual completa, simplesmente pelo contato pele a pele na área genital. É importante observar que muitas pessoas podem estar infectadas com o HPV e não apresentar sintomas, o que facilita sua transmissão sem que as pessoas saibam. A vacinação e o uso de métodos de proteção, como preservativos, podem ajudar a reduzir o risco de transmissão.

No caso de patologias orofaríngeas, elas "geralmente se apresentam em pacientes jovens do sexo masculino, reconhecíveis por uma massa no pescoço ou um tumor na amígdala. Outros sintomas são odinofagia persistente - dor ao engolir -, disfagia - dificuldade para engolir - ou dor de ouvido sem causa aparente". Diante desses sintomas, "é aconselhável ser examinado por um otorrinolaringologista para um exame por meio de rinofibrolaringoscopia flexível na sala de consulta, onde é realizado um estudo de todo o trato aerodigestivo superior em caso de suspeita".

Em termos de tratamento, como explica Miguélez, "atualmente existem alternativas cirúrgicas menos invasivas, como a cirurgia transoral a laser (TOLS) e a cirurgia robótica transoral (TORS)", mas é preciso levar em conta que "devido ao perfil epidemiológico desses pacientes, que são mais jovens e têm menos comorbidades e uma expectativa de vida mais longa, o efeito das sequelas pós-quimiorradiação é mais evidente".

Sobre esse ponto, o serviço de otorrinolaringologia do Vithas Sevilha destaca que "o principal fator de risco para a infecção por HPV está ligado ao aumento do número de parceiros sexuais, ao tipo de relação sexual e ao não uso de preservativos. Portanto, é suscetível à prevenção na medida em que esses fatores são levados em consideração. Tudo isso sem esquecer que a infecção pelo HPV pode ser prevenida principalmente por meio de uma medida simples e de base populacional, como a vacinação.

VACINAÇÃO, A MELHOR FERRAMENTA CONTRA O HPV

Junto com o câncer de orofaringe, o câncer cervical, vulvar, anal e vaginal são outras patologias associadas às infecções por HPV. Palomo enfatizou que "é importante que qualquer pessoa diagnosticada com HPV consulte um ginecologista para definir o tratamento adequado de acordo com sua situação e o tipo de infecção que apresenta. Também é essencial continuar com os check-ups regulares para detectar possíveis complicações em um estágio inicial".

Por todos esses motivos, os especialistas da Vithas Sevilha enfatizam, em consonância com as principais associações médicas, "a vacinação contra o HPV, pois é uma ferramenta fundamental para proteger a saúde individual e pública, além de ser uma forma eficaz de prevenir doenças graves no futuro". Uma medida à qual acrescentam "o uso de preservativos de látex ou poliuretano, que podem ajudar a reduzir o risco de transmissão do HPV, embora não eliminem completamente o risco, pois o vírus pode estar presente em áreas não cobertas pelo preservativo". No caso das mulheres, o serviço de ginecologia do Vithas Sevilha enfatizou "a importância de fazer exames de Papanicolau e testes de HPV, conforme recomendado pelo seu médico. Isso ajuda a detectar a tempo qualquer alteração no colo do útero".

Todas essas recomendações são "fundamentais", uma vez que "o HPV geralmente não apresenta sintomas óbvios, o que pode dificultar seu reconhecimento, levando à recomendação de detecção precoce por meio de exames regulares, o que é fundamental para gerenciar qualquer risco associado". Assim, seguindo as diretrizes da Associação Espanhola de Patologia Cervical e Colposcopia, e como reforça Palomo, "esse teste deve ser realizado aos 25 anos, sendo aconselhável iniciá-lo aos 21 anos em mulheres com algum grau de imunossupressão".

Por fim, o hospital ressaltou que o trabalho de conscientização e prevenção do câncer faz parte da estratégia do Instituto de Oncologia Vithas (IOV), que reúne os principais especialistas em oncologia de toda a Espanha. O IOV é caracterizado por "sua abordagem inovadora, manuseio de novas terapias personalizadas e seu firme compromisso com a pesquisa", concluíram.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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