SERGHEI TURCANU/ ISTOCK - Arquivo
MADRID, 25 nov. (EUROPA PRESS) -
O Grupo de Trabalho sobre Gênero, Diversidade Afetivo-Sexual e Saúde (GEyDIS) da Sociedade Espanhola de Epidemiologia (SEE) enfatizou que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) deve ser capaz de detectar, atender e acompanhar as mulheres vítimas de violência, para o que pediu educação e treinamento obrigatórios para o pessoal de saúde.
No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, os epidemiologistas publicaram um documento de posicionamento no qual advertem que a violência contra a mulher é uma "emergência de saúde pública e uma violação sistemática dos direitos humanos", razão pela qual defendem seu combate por meio de políticas públicas baseadas em evidências e em um enfoque interseccional.
De acordo com o texto, esse tipo de situação afeta uma em cada três mulheres ao longo de sua vida, com graves consequências para sua saúde a curto e longo prazo. Em todo o mundo, em 2023, pelo menos 51.000 mulheres e meninas foram assassinadas por seus parceiros íntimos ou familiares, o que significa 140 mortes por dia. Na Espanha, mais de 1.300 feminicídios foram documentados desde 2003, com um alto ônus social, judicial e assistencial.
A SEE advertiu que a violência contra a mulher tem raízes estruturais e patriarcais, e não é um problema individual ou isolado. Nesse sentido, apontou algumas "políticas regressivas" que aprofundam a gravidade do problema, como o uso do termo "violência doméstica" em vez de "violência contra a mulher" ou "violência de gênero", ou a limitação dos direitos sexuais e reprodutivos.
Especialistas afirmaram que tudo isso coloca em risco a saúde, a vida e a autonomia de milhões de mulheres e meninas, aumentando a letalidade da violência por parceiro íntimo, gerando mais complicações obstétricas e maior deterioração da saúde física e mental.
RESPOSTA MULTI E INTERSETORIAL
No entanto, a Sociedade Espanhola de Epidemiologia enfatizou que a violência contra a mulher é evitável se for garantida uma resposta multissetorial, intersetorial e baseada em dados, e que retroceder em seu reconhecimento ou limitar os direitos que permitem seu enfrentamento "não é neutro, mas um cúmplice letal".
Ela pediu a nomeação correta desses casos para intervir de forma eficaz, mantendo os termos "violência de gênero" e "violência contra a mulher" na legislação, nas estatísticas e nas políticas públicas. Ela também pediu o acesso efetivo, universal e equitativo à contracepção, à interrupção voluntária da gravidez (PTV) e à assistência pós-aborto.
Além disso, ela pediu um atendimento de saúde abrangente com foco em gênero e trauma, incluindo triagem oportunista, histórico clínico estruturado, circuitos de atendimento claros e encaminhamento coordenado. Nesse sentido, ela defendeu o treinamento obrigatório e contínuo para os profissionais de saúde sobre gênero, interseccionalidade, consentimento, confidencialidade, violência digital, econômica e estrutural.
Por fim, ela pediu uma prevenção primária "com impacto", por meio da elaboração de programas comunitários e escolares voltados para a igualdade, a promoção de masculinidades, uma cultura de não violência e educação afetivo-sexual.
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