Publicado 24/03/2025 14:17

Educação em saúde "chave" para uma melhor prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero

Archivo - Arquivo - Ovários. Sistema reprodutivo feminino.
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desigualdade

MADRID, 24 mar. (EUROPA PRESS) -

Os ministros da Saúde Fátima Matute (Madri), Jesús Fernández Sanz (Castilla La Mancha) e Alberto Martínez Ruiz (País Basco) concordaram nesta segunda-feira que a educação em saúde é "chave" para alcançar uma melhor prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero, para que a população adira aos programas de triagem que causaram 746 mortes na Espanha em 2023, apesar de ser evitável.

Matute destacou que "a primeira coisa" que precisa ser feita é a educação afetivo-sexual desde cedo, lembrando que esse câncer é causado pelo vírus do papiloma humano (HPV), uma questão que deve ser coordenada pelos departamentos de saúde e educação, promovendo a vacinação não apenas em meninas, mas também em meninos.

Foi o que ela disse no Fórum Nacional sobre boas práticas na detecção precoce do câncer do colo do útero, realizado no Congresso dos Deputados e promovido pela Aliança para a Detecção Precoce do Câncer na Mulher.

Da mesma forma, ela considerou necessário agir no campo do diagnóstico precoce, enfatizando que a Comunidade de Madri já tem um projeto piloto na fase 1 que será estendido ao resto do território, para mulheres entre 35 e 65 anos de idade, e que esse tipo de programa pode reduzir a doença em 70%.

Ela também destacou a importância de atingir o máximo de população possível e tornar visível a existência desses programas, que no caso de Madri tem uma taxa de adesão de 30%, cujas causas já estão sendo estudadas, bem como a forma de promover a participação na triagem.

Por sua vez, Fernández Sanz disse que essa baixa adesão tem a ver com uma cultura de saúde "baseada na doença", quando o que precisa ser feito é incutir, por meio da educação, a necessidade de cuidar de si mesmo.

UM MODELO FOCADO NA PREVENÇÃO

É por isso que ele está promovendo uma "mudança de modelo" em Castilla La Mancha para substituir esse foco na doença por um sistema de saúde focado na prevenção, que pode melhorar os "números de alto nível" alcançados pelo atual sistema de saúde espanhol.

"O que temos que fazer é falar sobre saúde. Que as pessoas tenham uma vida mais longa e melhor, sem adoecer. Embora a prevenção seja um termo de saúde pública, ela inclui toda a sociedade", disse ele, insistindo na importância de cuidar dos hábitos de vida e de participar dos programas de vacinação.

O ministro regional de Castilla La Mancha lembrou que sua região passou da triagem oportunista para a triagem baseada na população em 2019, alcançando uma taxa de adesão de 60%, um número que ele está tentando melhorar combinando convites por carta e digitalmente.

O Ministro da Saúde do País Basco, Alberto Martínez Ruiz, disse que a adesão ao programa de rastreamento da comunidade é de 77% e que ele espera melhorar ainda mais essa porcentagem oferecendo o autoteste do câncer do colo do útero.

Com relação à falta de adesão, Martínez Ruiz atribuiu-a à falta de tempo ou a fatores de intimidade, mas também à falta de conhecimento, razão pela qual ele enfatizou a necessidade de encontrar a "forma mais próxima de comunicação" para a faixa etária à qual esses programas se destinam.

A TRIAGEM "SALVA VIDAS

A presidente do Grupo Espanhol de Pacientes com Câncer (GEPAC), Begoña Barragán, disse que "o fundamental do rastreamento é que ele salva vidas" e que, apesar disso, nem todos têm a opção de acessar esse tipo de rastreamento, e que isso depende tanto da comunidade autônoma quanto do tipo de ambiente em que vivem (rural ou urbano).

Para melhorar essa acessibilidade, ele destacou o papel das associações de pacientes na divulgação de informações sobre o rastreamento, pois considerou que ainda há uma "falta de educação e conhecimento" sobre esse vírus.

"Os programas devem chegar a todos. Não podemos permitir que um câncer que pode ser prevenido tire apenas uma vida", acrescentou Barragán.

A vice-presidente da Sociedade Espanhola de Diagnóstico por Imagem da Mama (SDIM), Julia Camps, destacou a falta de padronização dos dados entre as comunidades autônomas, já que "17 formas de rastrear a mama ou o colo do útero não é bom" porque "gera desigualdades no acesso" aos programas, aos profissionais de saúde e à tecnologia de última geração.

Ela também enfatizou a importância de unificar os dados não apenas entre as comunidades, mas também entre a saúde pública e privada.

Por sua vez, o presidente cessante da Sociedade Espanhola de Anatomia Patológica (SEAP), José Luis Rodríguez Peralto, também lamentou as desigualdades existentes em termos de diagnóstico precoce, já que há comunidades que ainda não o consideraram, outras que têm projetos-piloto e outras que o implementaram totalmente; e criticou o fato de que não pode haver adesão a programas quando eles não existem ou são projetos-piloto.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático