Publicado 06/06/2025 13:33

Doze países, incluindo a Espanha, pedem uma idade mínima para acesso à rede e um sistema de verificação comum na UE

O Ministro da Transformação Digital e do Serviço Civil, Óscar López, juntamente com ministros da França, Itália, Grécia, Dinamarca, Chipre e Eslovênia, à margem de um Conselho de Ministros de Telecomunicações da UE em Luxemburgo.
GOBIERNO ITALIA

Bruxelas já está trabalhando em uma "carteira digital europeia" que permitirá a verificação, mas alerta para a "complexidade" dos limites de idade generalizados.

BRUXELAS, 6 jun. (EUROPA PRESS) -

Uma dezena de países, entre eles França e Espanha, pediram nesta sexta-feira que se avance para uma idade mínima de acesso às redes sociais e uma ferramenta comum de verificação de idade e controle parental, com o objetivo de reforçar a proteção dos menores contra os riscos que representa a falta de barreiras para o acesso a conteúdos perigosos na Internet.

A iniciativa vem da França, Grécia e Espanha, que em maio circularam um documento de trabalho com essas ideias; um "non paper" que eles discutiram com os outros parceiros nesta sexta-feira no Conselho de Ministros de Telecomunicações da UE realizado em Luxemburgo e ao qual outros nove países se juntaram.

Pelo menos a Dinamarca - que ocupará a presidência rotativa do Conselho por seis meses em julho -, a Itália, a Eslovênia e o Chipre, de acordo com fontes de suas respectivas delegações, acrescentaram suas assinaturas ao documento, enquanto outros países, como Bélgica, Holanda, Alemanha, Croácia e Eslováquia, demonstraram seu apoio durante o debate.

"O mais importante é que não aconteça o que está acontecendo agora, ou seja, que os atuais sistemas chamados de verificação de idade não o sejam, e estamos vendo como os menores têm acesso a conteúdos que não deveriam ter", explicou o ministro da Transformação Digital, Óscar López, em declarações à imprensa em sua chegada a Luxemburgo.

O documento defende a necessidade de soluções "vinculantes" para a verificação da idade dos usuários de plataformas e redes sociais e de software de controle parental "em todos os dispositivos" com acesso à Internet comercializados na União Europeia.

Também defende a introdução de uma "maioridade digital" para o acesso às redes sociais, embora evite especificar um limite de idade específico porque os países divergem sobre qual deve ser esse limite. A Espanha, por exemplo, está trabalhando em um projeto de lei para impedir que menores de idade acessem redes sociais sem o controle dos pais, enquanto que para a França e a Dinamarca, o limite deve ser fixado em 15 anos de idade.

Henna Virkkunen, vice-presidente da Comissão Europeia para Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia, alertou em uma coletiva de imprensa após a reunião da UE-27 sobre a "complexidade" de estabelecer restrições de idade.

"Vejo que, ao discutir limites de idade em plataformas on-line, há muitos desafios, pois há tipos muito diferentes de plataformas e serviços", explicou Virkkunen, que disse que Bruxelas está em contato com a Austrália, que já está desenvolvendo esse tipo de regulamentação, para conhecer sua experiência. "Parece que não é tão fácil implementar esses tipos de limites", disse ele.

De qualquer forma, o vice-presidente da UE lembrou que já está em andamento o desenvolvimento de uma "carteira digital europeia", que estará operacional em 2026, e que, nesse meio tempo, foi lançada uma versão beta ou "mini-carteira" para promover a interoperabilidade das ferramentas.

A Espanha, que já está participando dessa experiência piloto, espera que seu projeto sirva de modelo para outros parceiros e que se avance em direção a um sistema coordenado que evite que cada país desenvolva seus próprios aplicativos nacionais, que são "menos eficazes diante de grandes plataformas".

PRIORIDADE DA PRESIDÊNCIA DINAMARQUESA PARA OS PRÓXIMOS SEIS MESES

A ministra dinamarquesa da Digitalização, Caroline Stage Olsen, confirmou em sua chegada à reunião dos 27 que a proteção de menores no ambiente digital será uma de suas "prioridades" durante os próximos seis meses, quando a Dinamarca assumir a presidência rotativa do Conselho da UE e coordenar os debates. A esse respeito, ele disse que a Dinamarca sediará uma reunião informal dos ministros de telecomunicações em outubro "com foco exclusivo no futuro digital dos menores".

"Precisamos garantir que haja uma verificação de idade suficiente e uma maioridade on-line", insistiu a ministra dinamarquesa, que alertou que, em seu país, 48% das crianças com menos de 10 anos já têm seu próprio perfil em plataformas de redes sociais e que, aos 13 anos, 94% das crianças já estão nessa situação.

"Temos que garantir que elas estejam mais protegidas do que estão hoje", acrescentou, antes de lembrar que a UE tem uma nova Lei de Serviços Digitais (DSA) que já estabelece limites, mas que, em sua opinião, não insiste o suficiente nas obrigações de verificação das plataformas.

A ministra francesa de Inteligência Artificial e Digital, Clara Chappaz, também insistiu, em sua participação em Luxemburgo, na urgência de insistir na capacidade de verificar a idade do usuário, pois, embora já existam limites de acesso a determinados conteúdos, por exemplo, pornográficos, as ferramentas não oferecem garantias e é "fácil" mentir para a plataforma.

Chappaz argumentou que crianças com menos de 15 anos não devem ter acesso às redes sociais, mas também admitiu que há "abordagens diferentes" para o limite de idade entre os estados-membros. No entanto, ele acrescentou que "todos" concordam com a necessidade de melhorar os sistemas de verificação de idade porque "o atual não funciona, não é válido".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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