MADRID 4 dez. (EUROPA PRESS) -
A dieta à base de farinha de bicho-da-seda "Eri" - "Samia ricini" - melhora o crescimento e a composição muscular da carpa comum - "Cyprinus carpio" - sem alterar sua saúde, tornando-a mais sustentável para a aquicultura, de acordo com um estudo do qual participou o Museu Nacional de Ciências Naturais (MNCN-CSIC).
Especificamente, após avaliar diferentes dietas, os pesquisadores indicaram que a mais sustentável é a baseada em farinha de peixe, pois aproveita os resíduos orgânicos gerados pela indústria da seda, o que promove a economia circular.
Assim, o trabalho avaliou a qualidade nutricional, a segurança fisiológica e o potencial comercial da farinha de pupa do bicho-da-seda "Eri", que é obtida pela moagem e peneiração de uma porção das pupas criadas. A dieta pretende ser uma alternativa sustentável à farinha de peixe nas dietas de carpas comuns.
Como os pesquisadores apontam, mesmo com as limitações da pesca extrativa, a aquicultura surgiu como uma forma mais sustentável de gerar alimentos do que a pesca de espécimes em seus habitats naturais. No entanto, a sustentabilidade desse processo depende de dietas balanceadas, economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis para os peixes cultivados.
Durante muito tempo, acrescentam, a farinha de peixe foi usada como a principal fonte de alimento. Essa dieta depende do peixe pescado, que, por sua vez, depende da pesca. Trata-se, portanto, de um "círculo vicioso" que suscita preocupações ecológicas e aumenta a necessidade de buscar outras dietas.
O pesquisador do MNCN-CSIC, Arturo Goldaracena, destacou que "as pupas do bicho-da-seda Eri, além de serem uma alternativa mais ecológica, são ricas em nutrientes, contêm proteína de alta qualidade, um perfil equilibrado de aminoácidos e ácidos graxos ômega 3 e ômega 6, oferecendo vantagens sobre uma dieta baseada em farinha de peixe".
Nos últimos anos, foram estudadas várias alternativas baseadas em proteínas de origem vegetal, biomassa microbiana, farinhas de insetos e subprodutos agroindustriais. Em especial, as farinhas de insetos se destacam por sua capacidade de transformar resíduos orgânicos em proteínas de alta qualidade, promovendo os princípios da economia circular e da produção sustentável de proteínas.
"No caso específico dos bichos-da-seda, seu uso não apenas reduz o desperdício e agrega valor à produção de seda, mas também apoia os meios de subsistência nas regiões produtoras", disse Goldaracena.
Especificamente, três tratamentos dietéticos diferentes foram usados nessa pesquisa. Um desses tratamentos foi a substituição completa da farinha de peixe pela farinha do bicho-da-seda 'Eri'. Outro tipo de dieta foi com bichos-da-seda 'Eri' em combinação com aglutinante e enchimento, enquanto a terceira dieta foi uma ração comercial.
Assim, as mudanças na dieta foram estudadas em 105 alevinos pesando cerca de 15 gramas. Os testes foram distribuídos entre os tratamentos em sete réplicas em um período de dez quinzenas.
"Vimos que os peixes alimentados com a dieta composta apenas de pupas de minhoca ganharam mais peso, cresceram mais e apresentaram uma melhora em sua condição física, que medimos por meio de um aumento na massa muscular ou na proteína bruta", explicou Goldaracena.
Assim, o pesquisador concluiu que a dieta do bicho-da-seda, além de ser "mais sustentável, demonstrou ser uma alternativa viável à farinha de peixe, melhorando o crescimento e a qualidade nutricional e fisiológica da carpa comum, mantendo sua saúde fisiológica".
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