Publicado 10/06/2025 08:41

O delegado do governo para o Plano Nacional sobre Drogas está empenhado em dar mais visibilidade a Alcoólicos Anônimos.

Imagem do aniversário de Alcoólicos Anônimos.
ALCOHÓLICOS ANÓNIMOS

A associação comemora seu 90º aniversário na terça-feira

MADRID, 10 jun. (EUROPA PRESS) -

O delegado do governo para o Plano Nacional sobre Drogas, Joan Ramón Villalbí, pediu na terça-feira que os Alcoólicos Anônimos (AA) se tornem mais visíveis para que "mais pessoas possam encontrar seu caminho e se beneficiar de seu trabalho".

Foi o que Villalbí disse durante sua participação na comemoração do 90º aniversário dos Alcoólicos Anônimos (AA), que aconteceu no Colégio Oficial de Médicos de Madri. "AA e seus derivados são uma parte fundamental da rede que responde aos vícios na Espanha", destacou.

O delegado do governo lembrou que o álcool é a primeira substância para a qual os cidadãos procuram os serviços de tratamento na Espanha. "É também a substância que mais mata pessoas, além do tabaco. Por causa do álcool, estimamos que, direta e indiretamente, cerca de 14.000 pessoas morrem todos os anos na Espanha", disse ele.

Nesse ponto, ele destacou a "ajuda mútua" e a "fraternidade" oferecidas pelos Alcoólicos Anônimos, que está presente em 180 países e da qual participam mais de dois milhões de membros. "Pela fraternidade, somos todos iguais, um não é pior do que o outro e nos ajudamos mutuamente. Os seres humanos são assim porque desenvolveram essa capacidade. Na AA você desenvolve esse potencial e essa capacidade natural de curar que temos dentro de nós", explicou.

Depois disso, Villalbí pediu ao Ministério da Fazenda que aumente o preço do álcool na Espanha como medida contra o alcoolismo: "Seria muito bom, e também haveria mais dinheiro que poderia ser usado em serviços públicos". Ele também lembrou a Lei sobre o consumo de bebidas alcoólicas por menores, como mais um dos esforços do governo para evitar o alcoolismo no país.

"ESPIRITUALIDADE".

Por sua vez, o chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital 12 de Octubre em Madri, Gabriel Rubio, destacou o valor da "espiritualidade" no tratamento do alcoolismo na associação.

"Não de um ponto de vista religioso, mas tem a ver com ter um propósito na vida e ser transcendente. A transcendência é o oposto do egoísmo e do interesse próprio, porque você pensa nas pessoas ao seu redor. É por isso que é tão importante que os clínicos entendam essa espiritualidade, que é basicamente uma questão de valores", explicou Rubio.

O especialista ressaltou que eles estão tentando transferir a experiência e o conhecimento dos participantes dos Alcoólicos Anônimos para o Hospital 12 de Octubre: "Espero que haja cada vez mais grupos de autoajuda. Essa experiência é útil para que os médicos aprimorem os programas de tratamento", acrescentou.

Sobre esse ponto, Rubio garantiu que as reuniões dos Alcoólicos Anônimos não são um programa religioso nem uma seita. "Algumas pessoas só conhecem as reuniões dos Alcoólicos Anônimos pelo que viram na televisão, mas isso é apenas um clichê", reiterou.

Por sua vez, a reitora da Faculdade Oficial de Psicologia de Madri, Timanfaya Hernández, enfatizou que o consumo de álcool tem um componente social aceito que o torna "muito perigoso". Ela também destacou a perspectiva de gênero do alcoolismo: "Em muitas ocasiões, os vícios foram mais compreendidos nos homens do que nas mulheres. As mulheres têm sido muito mais estigmatizadas, devido ao fato de que uma mulher que bebe tende a fazê-lo sozinha, quase sem rede de apoio e com uma pressão social que, em muitas ocasiões, leva a muitos questionamentos", explicou.

Por isso, ela defendeu espaços como os Alcoólicos Anônimos, onde, em sua opinião, há um espaço em que os membros são respeitados. "Os grupos são muito importantes porque proporcionam um espaço onde se pode pertencer, algo que é necessário para seus membros", acrescentou.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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