MADRID 11 abr. (EUROPA PRESS) -
O Conselho Geral de Enfermagem (CGE) anunciou que está analisando a possibilidade de tomar medidas legais contra aqueles que estão "questionando" seu trabalho após a aprovação do projeto de lei sobre Medicamentos e Dispositivos Médicos.
"Defenderemos a honra e a dignidade de nossa profissão até as últimas consequências", declarou o Conselho Geral de Enfermagem em um comunicado à imprensa, no qual explica que está estudando essas medidas em conjunto com seus serviços jurídicos.
Assim, o CGE quis expressar sua "profunda rejeição" às opiniões expressas pela Sociedade Espanhola de Médicos de Atenção Primária (SEMERGEN) em sua declaração sobre o projeto de lei sobre Medicamentos e Dispositivos Médicos.
Para o CGE, é "inaceitável" que a SEMERGEN rejeite qualquer medida que dê a outros profissionais, como enfermeiros ou fisioterapeutas, o poder de prescrever medicamentos. "Condenamos especialmente o fato de considerarem que a prescrição de medicamentos por enfermeiros pode comprometer a segurança do paciente", criticam os enfermeiros.
Eles também consideram "indecente" o fato de a SEMERGEN insinuar que os enfermeiros podem comprometer ou ameaçar a vida e a saúde das pessoas. "Trata-se de uma acusação injusta e imoral, contrária ao próprio juramento de Hipócrates, bem como aos princípios éticos que devem reger qualquer profissão de saúde. Questionar dessa forma o trabalho de uma profissão irmã é simplesmente indigno", ressalta o CGE.
Para o Conselho, "tanto a SEMERGEN como qualquer outra entidade ou órgão médico" estão no seu direito de defender a sua profissão, mas isso "não impede que tentem espalhar alarmismos injustificados na sociedade, pondo em causa o profissionalismo".
"Eles se esquecem de algo que é essencial: todos os enfermeiros espanhóis têm um diploma universitário de quatro anos, e muitos são especialistas e mestres, o que significa dois anos adicionais, e muitos são médicos, o que significa mais dois ou três anos de treinamento acadêmico formal. Isso coloca os enfermeiros em uma faixa de formação universitária entre 4 e 9 anos, equivalente à de qualquer outra disciplina", argumentam.
"Já chega. Seu corporativismo ultrapassado e a ânsia de preservar cotas históricas de poder no sistema de saúde não justificam esse ataque indiscriminado à profissão mais numerosa em nosso sistema de saúde", acrescentam.
Nesse ponto, o CGE lembrou que não quer ser médico, mas acredita que é necessário poder exercer suas competências. "Isso inclui poder prescrever aos pacientes da mesma forma que outros profissionais de saúde. Não é aceitável que uma enfermeira monitore um paciente crônico, cure uma ferida ou trate uma gestante e depois tenha que encaminhar o paciente para outro profissional apenas para assinar a receita do que ela indica", explicam.
"Estamos convencidos de que o Ministério da Saúde continuará demonstrando a mesma firmeza no reconhecimento das competências da enfermagem em consonância com a realidade de sua formação e trabalho, objetivo no qual sempre apoiaremos esse departamento", concluem.
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