Publicado 02/12/2025 11:28

Companheirismo digital: aprendizado entre pais e filhos com diálogo e escuta ativa para o bem-estar on-line

Hélène Verbrugghe, Diretora de Assuntos Públicos da Meta, no evento "Compartilhando o mesmo curso: acompanhar também é aprender".
EUROPA PRESS

MADRID 2 dez. (Portaltic/EP) -

As famílias desempenham o papel mais importante no bem-estar dos adolescentes em ambientes digitais, o que destaca a necessidade de que elas tenham as ferramentas e os conhecimentos necessários para acompanhá-los no acesso à tecnologia e no uso de redes sociais, videogames ou outros serviços, de modo que isso possa ser gradual e enquadrado em um diálogo constante entre pais e filhos.

Assim como as crianças são acompanhadas fisicamente para que aprendam a se virar sozinhas e a recorrer aos adultos quando precisam de ajuda, elas também devem ser acompanhadas digitalmente, em ambientes que se tornaram uma parte muito importante de suas vidas.

Para isso, devemos ter claro que "acompanhar não é invadir", como afirma a diretora geral da Meta para Espanha e Portugal, Irene Cano. "Devemos estar presentes, mas sem ser invasivos; devemos apoiar, mas sem julgar", acrescentou, enfatizando que essa é uma "tarefa conjunta" entre instituições, empresas de tecnologia, especialistas e famílias.

Os pais "estão preocupados" porque "eles também têm desafios quando se trata de acompanhar seus filhos on-line. Eles têm muitas dúvidas sobre os contatos com os quais interagem, o conteúdo que podem ver e o tempo que passam on-line", disse a diretora de assuntos públicos da Meta, Hélène Verbrugghe.

Em uma tentativa de esclarecer como lidar com essa questão em casa, o evento "Compartilhando um caminho comum: acompanhar também é aprender", organizado pela Meta, reuniu quatro especialistas em educação digital na terça-feira, que compartilharam suas experiências em educação digital e como mães.

MODO ADOLESCENTE': ENTENDENDO OS ADOLESCENTES NA ERA DIGITAL

No primeiro painel, focado nos adolescentes, Diana Al Azem, educadora e fundadora da Positive Adolescence, destacou o fato de que os adolescentes de hoje não são diferentes dos de 30 anos atrás, mas que o que mudou foi o contexto. "Todos os adolescentes compartilham características, como "curiosidade, impulsos, rebeldia, necessidade de pertencer. O que acontece é que, de alguma forma, nesta era digital, tudo isso é ampliado", disse ele.

Laura Cuesta, especialista em educação digital para famílias, destacou o efeito que a regulamentação e o controle baseados em proibições têm sobre os menores: "No final, ou os adolescentes e jovens perdem a autonomia, porque sentem que há filtros e bloqueios e que não podem decidir" ou "os riscos aumentam, porque aparece a rebeldia da adolescência, que é justamente o que eles querem fazer, contornar todos esses filtros, proibições e restrições".

"Pais e mães precisam entender que temos que passar do controle para o acompanhamento", disse Laura Cuesta, uma ideia compartilhada por Diana Al Azem, cuja importância ela enfatizou ao destacar que as crianças e os adolescentes de hoje, apesar de serem considerados nativos digitais, não o são.

"Uma criança não é realmente um nativo, nem entende, compreende ou sabe como gerenciar qualquer dispositivo móvel. No final das contas, todos nós, jovens e adultos, somos aprendizes digitais", disse. E, nesse acompanhamento, é importante "que haja um diálogo aberto" entre pais e filhos.

Esse é um dos problemas que dificultam esse acompanhamento: "Ainda há muito poucas conversas sobre tecnologia", acrescentou Laura Cuesta. "Muitas vezes, quando surge um problema, quando há uma dúvida, quando eles realmente sentem que precisam procurar um adulto, eles ainda não procuram os pais e professores", e optam por conversar com um colega ou guardar o problema para si mesmos.

Laura Cuesta insiste que "eles precisam de uma escuta realmente ativa. Eles precisam sentir que estamos genuinamente interessados em seus problemas, que não nos limitamos a impor limites, definir horários, estabelecer tempos de tela, tempos sem tela e espaços sem tela".

MODO FAMÍLIA": PAIS QUE ENFRENTAM O ACOMPANHAMENTO DIGITAL

Em uma segunda mesa redonda, o foco passou a ser as famílias. Aqui, Isabel Cuesta, fundadora da Educa en Positivo, levantou a ideia de que os pais também são novos no uso da tecnologia, o que muitas vezes gera medo sobre o que seus filhos fazem na Internet ou o que querem fazer porque veem seus amigos usando um determinado jogo ou rede social.

"Devemos usar esse medo como uma preocupação amorosa", explicou, ressaltando que o maior desafio que surge é "equilibrar essas necessidades que nossos filhos têm nos ambientes digitais com a nossa necessidade de protegê-los", o que se liga diretamente ao tema do evento, o acompanhamento.

Para María Zabala, especialista em educação digital, o que está acontecendo é que "temos um problema sério de desinformação e uma enorme falta de rigor [na mídia], o que torna absolutamente impossível para as famílias não se preocuparem".

"Como resultado, as famílias pensam que, se não lhes dermos um telefone celular, não haverá problemas, ou que, se o adolescente não estiver na Internet, não haverá problemas", mas "é tão perigoso para nossas crianças ou adolescentes acessar o mundo digital muito cedo ou muito sozinhos quanto pensar que, se tirarmos o mundo digital da equação, eles serão tão felizes quanto precisamos que sejam", acrescentou.

Em consonância com isso, Isabel Cuesta apontou a necessidade de acompanhamento emocional, porque muitas vezes uma tela é colocada nas mãos das crianças para que elas não chorem, sem ensiná-las a lidar com a frustração, o medo ou a tristeza. "Não é tanto a tela em si, mas o uso que estamos fazendo dela e a falta de recursos que muitos pais têm quando se trata de apoio emocional", disse ela.

Por fim, María Zabala mencionou o conceito de desconexão moral, que está diretamente ligado à educação, que apresenta o digital como o oposto do físico. "Não existe algo analógico e algo digital. [O que vemos na Internet é uma extensão da sociedade, mas não há separação. E se insistirmos em separar, começaremos a nos deparar com problemas sérios que afetam diretamente nossos filhos".

Essa separação pode fazer com que as crianças cresçam pensando que apenas o que acontece no mundo físico é real e tem consequências, mas não no mundo digital, com exemplos que já foram vistos na mídia: "O uso de inteligência artificial para despir seus amigos e enviar fotos porque você acha que se é digital é menos real", lembra o especialista em educação digital.

Portanto, a conclusão a que ela chega é que "o acesso deve ser gradual, de acordo com a idade em termos de escolha de conteúdo, dispositivo ou ambiente digital, e a capacidade de liberdade de decisão de nossos filhos nesse mundo digital também deve ser progressiva".

CONTAS DE ADOLESCENTES

O evento também serviu para lembrar que a Meta introduziu as Contas para Adolescentes no Instagram em 2024, uma experiência restrita que também está disponível no Facebook e no Messenger. Essas são contas privadas por padrão, que são ativadas automaticamente e incluem proteções integradas.

Essas contas limitam a comunicação a pessoas que os menores seguem ou com as quais já estão conectados, exibem conteúdo compatível com PG-13 e notificam os menores sobre o uso excessivo quando são atingidos 60 minutos para que possam sair do aplicativo.

Elas também permitem que os pais modulem as configurações, como o tempo de uso, ou monitorem com quem seus filhos estão conversando - sem acessar o conteúdo das mensagens - ou se eles denunciaram alguém.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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