Publicado 11/03/2025 14:45

O comissário de defesa aponta um déficit de 500 bilhões em investimentos militares para atender às necessidades da UE

Andrius Kubilius, Comissário de Defesa, na sessão plenária do Parlamento Europeu em Estrasburgo.
CHRISTIAN CREUTZ

A UE deve se preparar para um ataque russo em cinco anos, reforçando a defesa com compras conjuntas, adverte a UE

BRUXELAS, 11 mar. (EUROPA PRESS) -

O comissário europeu de defesa, Andrius Kubilius, avaliou em 500 bilhões de euros o déficit de investimento militar na Europa para cobrir as necessidades de segurança do bloco europeu, insistindo que há lacunas "colossais" entre os meios disponíveis para os exércitos europeus e aqueles que deveriam estar disponíveis para proteger a UE de um possível ataque.

Em um debate no Parlamento Europeu sobre o Livro Branco da Defesa, que a Comissão Europeia apresentará na próxima semana, o comissário lituano pediu uma "revisão completa" da indústria de defesa europeia, tendo em vista as lacunas "colossais" nos recursos militares da UE e a enorme lacuna "entre as defesas que temos e as defesas de que precisamos para proteger nosso povo".

"Faltam milhares de tanques, veículos de combate, veículos blindados e peças de artilharia", disse ele, apontando para um déficit de "pelo menos" 500 bilhões de euros, observando que serão necessários fundos adicionais para cobrir a defesa aérea, a defesa espacial e a mobilidade militar no continente.

Nesse sentido, Kubilius alertou que os estados-membros do bloco "precisam investir maciçamente para preencher essas lacunas" e Bruxelas estará ao lado deles oferecendo instrumentos para incentivar esse financiamento por meio de coordenação, fundos e legislação.

Esse discurso ocorre poucos dias depois que a cúpula extraordinária dos líderes da UE endossou o plano da presidente da UE, Ursula von der Leyen, de rearmar a Europa aprovando empréstimos no valor de 150 bilhões.

A RÚSSIA PODE ATACAR A NATO EM CINCO ANOS OU MENOS

O conservador lituano enquadrou essa necessidade de aumentar os gastos no contexto da turbulência geopolítica na Europa, na qual o continente "deve se preparar para o pior para evitar o pior", depois de indicar que Moscou poderia atacar o território da OTAN nos próximos cinco anos.

"Diante da possibilidade de uma agressão militar contra nós, essa preparação é a única maneira de impedir o pior. A indústria bélica da Rússia está funcionando a todo vapor. A Rússia pode estar pronta para um confronto com a OTAN em cinco anos ou menos", disse ele.

Ele também justificou o aumento do investimento militar com a mudança da situação internacional e a necessidade de manter o apoio à Ucrânia para uma paz "forte". Ele defendeu um processo que inclua ucranianos e europeus e que alcance uma paz "justa" e não seja apenas uma pausa da Rússia para lançar um grande conflito na Europa.

Diante da reviravolta dos EUA, que está se aproximando da Rússia para concluir uma paz rápida nas costas da Ucrânia, o que Kubilius considera um "alerta", o comissário báltico pediu que a Europa "se levante" e "assuma sua própria defesa e dissuasão".

LANÇANDO O SETOR DE DEFESA DA EUROPA

Em seu discurso no Parlamento Europeu, Kubilius disse que aumentar os gastos militares na UE não se trata apenas de "gastar mais", mas também de "gastar melhor", o que significa que a UE-27 deve fazer isso de forma coordenada e priorizar as compras da indústria europeia.

"Temos que gastar melhor, juntos e na Europa. Precisamos trabalhar juntos em pesquisa e desenvolvimento. Construir mais pontes entre a pesquisa e a inovação civil e militar", disse ele, enfatizando que a inteligência artificial e a tecnologia quântica "mudarão a natureza da guerra".

Uma vez que a UE tenha identificado áreas prioritárias para investimento, como defesas antiaéreas, mísseis e capacitadores estratégicos, o comissário pediu que a UE desenvolva sua indústria de tecnologia para atender às necessidades do setor.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador