Ricardo Rubio - Europa Press - Arquivo
Os sindicatos dizem que o ministério está reduzindo as negociações àquelas com o Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais.
MADRID, 17 dez. (EUROPA PRESS) -
O Comitê de Greve da Confederação Espanhola de Sindicatos Médicos (CESM) e do Sindicato Médico Andaluz (SMA) denunciou o tratamento recebido nesta quarta-feira na reunião com o Ministério da Saúde, uma reunião que, segundo assegurou, tinha uma agenda programada e que foi "dinamitada" pelos representantes ministeriais desde o início.
Em um comunicado, os sindicatos explicaram que a reunião contou com a presença dos três funcionários ministeriais habituais, aos quais se juntou, pela primeira vez, o Secretário Geral da Saúde, Javier Padilla: "Que, ao tomar a palavra, anunciou que o Ministério considerava que todas as negociações estavam interrompidas, uma vez que um pré-acordo já havia sido alcançado na reunião de segunda-feira do Ámbito e que duas linhas paralelas de diálogo não seriam mantidas".
Diante dessa situação, que eles consideram como "intenção zero de negociar" para abordar um dos seis primeiros pontos-chave que haviam sido acordados na reunião de quinta-feira, 11 de dezembro, e para interromper completamente todas as negociações com o Comitê de Greve, os representantes sindicais decidiram deixar a reunião.
"Uma vez que ficou claro que tanto esta reunião quanto a reunião de quinta-feira passada, convocada com apenas 24 horas de antecedência e no auge da greve nacional de quatro dias, tinham como único objetivo desmobilizar os líderes sindicais e fingir uma disposição inexistente para o diálogo", disseram eles.
O CESM e a SMA querem enfatizar que até o último momento mantiveram uma atitude de negociação e uma "vontade genuína" de dialogar para chegar a acordos que beneficiem a profissão médica, mas consideram inaceitável esse "desprezo institucional" pelo que "não é uma segunda mesa do Escopo, mas um Comitê de Greve do conflito nacional que continua convocado".
"Apontar o dedo para as organizações sindicais por terem abandonado a mesa" quando a primeira coisa que é levantada é que as negociações foram interrompidas e que a agenda previamente estabelecida não será abordada é uma má fé negocial e uma significativa falta de veracidade e compromisso", reprovam.
Nesse sentido, o Comitê de Greve considera que a Saúde, "além de desconsiderar o tempo e o compromisso assumidos pelos líderes sindicais", não avaliou o impacto do "amplo acompanhamento" da greve entre os profissionais e seu impacto nos pacientes e nas listas de espera.
"Demonstrando um verdadeiro descaso tanto com os médicos deste país quanto com a qualidade do atendimento que o sistema de saúde pode oferecer, e se vangloriando de um 'importante pré-acordo' firmado com os sindicatos majoritários que não atende a nenhuma das reivindicações dos médicos e médicas", apontam.
Diante dessa resposta do Ministério, o CESM e a SMA estão convocando seus respectivos executivos para decidir sobre novas manifestações a serem convocadas para mostrar a resposta do coletivo a essa escalada do conflito. Ambas as organizações concluem que o que aconteceu na quarta-feira é o melhor exemplo de por que os médicos precisam de um diálogo direto com a Administração que "impeça que sua voz seja silenciada e que o coletivo precise de um estatuto próprio que leve em conta suas demandas".
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