Publicado 10/06/2025 10:29

O CEAFA alerta para a invisibilidade do comportamento autolesivo e do suicídio em pessoas com demência

Archivo - Arquivo - Pessoa idosa, demência, Alzheimer, velhice
JACOB WACKERHAUSEN/ ISTOCK - Archivo

MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -

A Confederação Espanhola de Alzheimer e outras Demências (CEAFA) organizou um novo webinar "Meeting with Experts" (Encontro com Especialistas) focado na abordagem do comportamento autolesivo e do suicídio em pessoas com demência, um problema que está crescendo, mas que ainda é invisível no campo da saúde mental e do envelhecimento.

O encontro foi ministrado pelo coordenador da Unidade de Psiquiatria Geriátrica da Fundação Hospitalar Martorell (Barcelona), presidente da Sociedade Espanhola de Psicogeriatria (SEPG) e diretor da Cátedra de Psicogeriatria da Universidade Autônoma de Barcelona, Manuel Sánchez, que ofereceu uma radiografia da realidade ainda pouco conhecida do suicídio em pessoas com comprometimento cognitivo.

"O suicídio em idosos, especialmente em homens com mais de 70 anos, é um grande problema de saúde pública", destacou Sánchez. Embora os números globais mostrem uma redução nas taxas de suicídio, na Espanha os dados do INE confirmam que os suicídios consumados estão concentrados na população idosa. Os fatores de risco incluem o isolamento social, a presença de doenças físicas ou mentais e a disponibilidade de meios letais.

A sessão enfatizou especialmente como a demência, em suas diferentes formas, pode agir como um gatilho ou acelerador de pensamentos autodestrutivos. Mesmo antes de um diagnóstico formal, os pacientes podem ter intuições preocupantes sobre sua condição, aumentando a ansiedade, a tristeza e a ideação suicida. De acordo com os dados apresentados, até 10% das pessoas com demência expressam pensamentos suicidas e 0,8% fazem tentativas.

Os especialistas destacam que certos tipos de demência, como a demência semântica ou a doença de Huntington, estão associados a um risco maior porque os pacientes mantêm uma consciência significativa de sua deficiência. Essa autopercepção contribui para uma maior vulnerabilidade emocional, que pode levar ao que é conhecido como reação catastrófica: uma resposta emocional desproporcional à perda de habilidades, mais frequente em ambientes clínicos ou altamente estimulantes.

ABORDAGEM HOLÍSTICA E NECESSIDADE DE TREINAMENTO

Sánchez também abordou o impacto emocional do diagnóstico pré-clínico, que pode levar à ansiedade, depressão, perda de autoestima e conflitos familiares. "O momento em que o diagnóstico é comunicado é particularmente sensível e deve ser acompanhado de apoio psicológico adequado", enfatizou. Durante a sessão, foram oferecidas diretrizes práticas para a detecção e o gerenciamento do risco de suicídio em pacientes com demência.

Entre elas, a exploração sistemática de ideias de morte, a identificação e o tratamento da depressão, a análise do ambiente e o apoio emocional após o diagnóstico. Também foi destacado o valor das terapias não farmacológicas, como musicoterapia, reminiscência e validação emocional.

Por fim, foi lembrada a importância de treinar adequadamente os cuidadores e os profissionais sociais e de saúde para reconhecer os sinais de alerta e agir a tempo, pois conhecer essa realidade é o primeiro passo para intervir e prevenir.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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