MADRID 18 set. (EUROPA PRESS) -
A ação de bolhas de magma explica a proliferação de estranhas características circulares em forma de coroa observadas na superfície do planeta Vênus.
A superfície de Vênus é pontilhada por formações redondas em forma de coroa, conhecidas como coronae. Essas formações mais ou menos arredondadas podem se assemelhar a colinas em terraços impulsionadas para cima pela energia térmica ou a suflês desmoronados, que entram em colapso à medida que os materiais de suporte esfriam e se contraem.
Em algumas áreas, as coroas são até dez vezes maiores do que em outras. Em um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, uma equipe do Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia, em San Diego, apresenta evidências das forças que formam essas massas de terra.
"Em Vênus, há um padrão que nos diz algo", disse a autora principal Madeleine Kerr, candidata a PhD no Scripps Institution of Oceanography, em um comunicado. "Acreditamos que nossa descoberta é a chave para desvendar o mistério da origem dessas coroas."
EXPLOSÕES DO NÚCLEO DE VÊNUS
Os pesquisadores mapearam as trajetórias das explosões de energia magmática que se expandem a partir do núcleo de Vênus (a quase 3.000 quilômetros de distância) como na Terra. O planeta tem uma única crosta rígida em toda a sua superfície, ao contrário da Terra, que tem placas tectônicas móveis. As ondas quentes, como bolhas subindo em uma lâmpada de lava, podem sair do núcleo e formar grandes estruturas vulcânicas (2.000 quilômetros).
Mas muitos desses canais de magma quente não têm tanta energia. Quando se aproximam da superfície a uma profundidade de cerca de 600 quilômetros, são bloqueados por uma camada de manto que se forma devido à mudança na estrutura cristalina da rocha, criando o que os pesquisadores chamam de efeito "teto de vidro".
Depois que parte da rocha quente é bloqueada, bolhas ainda menores podem subir à superfície a partir dessa camada mais rasa. Essas bolhas menores podem formar as pequenas coroas abundantes que são vistas espalhadas pela superfície do planeta.
FALTA UMA TEORIA UNIFICADORA
O geofísico do Scripps David Stegman, orientador de pesquisa de Kerr, comparou o entendimento dos cientistas sobre a aparência da superfície de Vênus com o entendimento da Terra antes de a teoria da tectônica de placas fornecer uma explicação convincente há cerca de 50 anos.
"O estado atual do conhecimento sobre Vênus é semelhante ao da era pré-placa tectônica da década de 1960, pois não temos uma teoria unificadora equivalente capaz de relacionar como a transferência de calor do interior do planeta se manifesta nas características tectônicas e magmáticas observadas na superfície de Vênus", disse Stegman.
"Com essa nova explicação das características da superfície de Vênus, acreditamos que uma revolução começou e que descobertas ainda mais empolgantes estão por vir", concluiu.
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