PALMA 3 dez. (EUROPA PRESS) -
Jaume Vadell, professor de biologia da Universidade das Ilhas Baleares (UIB), destacou que culturas como vinhas e amendoeiras podem estar em "dúvida a médio prazo" nas Ilhas Baleares devido às mudanças climáticas.
O biólogo fez essa afirmação durante seu discurso na Comissão de Mudanças Climáticas na Agricultura, Pecuária e Pesca do Parlamento, no qual acrescentou que essas plantas poderiam ser afetadas pelo aumento da temperatura média, pois sua produção e crescimento "sofrem" com as altas temperaturas.
Ele argumentou que a redução do número de horas de frio é "importante" para as culturas lenhosas e, embora o calor seja "positivo" para seu crescimento, se a temperatura aumentar demais, os rendimentos "caem". Por esse motivo, ele pediu que se repensasse o zoneamento desse tipo de cultura.
Outras culturas que podem ser afetadas, explicou ele, são aquelas ligadas à horticultura, como tomates, melões e melancias, entre outras.
Vadell indicou que o milho e a alfafa "suportam bem o calor", mas com um limite de 36 a 37ºC seu crescimento é "limitado". Por outro lado, ele afirmou que as oliveiras e alfarrobeiras são "mais versáteis" e podem "suportar melhor o calor".
O cientista iniciou seu discurso com uma explicação sobre o ciclo do carbono e a influência que o uso de combustíveis fósseis pelos seres humanos tem tido, contribuindo para aumentar o efeito estufa na atmosfera.
As emissões de gases como o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso teriam desestabilizado o equilíbrio que existia no passado para a assimilação do carbono.
Isso teria levado a um aumento nas temperaturas médias globais, o que teria aumentado a frequência de eventos extremos, como ondas de calor e chuvas torrenciais, de 10 anos - sem intervenção humana - para pouco mais de um por ano - atualmente.
Vadell deu ênfase especial a esses fenômenos de chuvas torrenciais porque, quando eles ocorrem, a água se infiltra na terra com maior dificuldade e aumenta a erosão do solo.
Ele mostrou fotos de chuvas torrenciais e do despejo de água argilosa no mar e enfatizou que essa terra é "um recurso não renovável" e que "foi perdida para sempre". Ele também argumentou que, a médio e curto prazo, isso faz com que o solo desapareça dos campos e as rochas sejam deixadas à vista.
Por outro lado, ele apontou outros efeitos, como o aumento da evapotranspiração das plantas, a redução da matéria orgânica no solo e, portanto, ele é "menos fértil", a diminuição da capacidade de recuperação dos aquíferos e pastagens "mais limitadas" para o gado.
Ele também enfatizou que a situação não é a mesma em todas as ilhas. Em Menorca, ele argumentou que a influência da mudança climática é "menos extrema", em Mallorca é "variável", com diferenças por área, e "mais crítica" em Ibiza e Formentera.
Ele mostrou uma comparação entre Es Mercadal e Santa Eulària com dados sobre chuvas, a capacidade de regeneração da cobertura vegetal e os aquíferos. Além disso, acrescentou projeções do que aconteceria em ambos os lugares com aumentos de temperatura de um e dois graus Celsius.
A análise mostra que a evapotranspiração das plantas aumentou em ambos os casos, mas no caso de Santa Eulària a reserva vegetal foi mais afetada por esse aumento de temperatura.
Para combater esses efeitos, ele propôs o aumento da matéria orgânica no solo com cobertura vegetal - sempre que possível -, fertilizantes verdes, uso de culturas e preparo do solo.
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