Publicado 07/05/2025 09:39

O "avô" do T. rex veio da Ásia para a América do Norte

Ilustração de um T.rex devorando um dinossauro herbívoro.
UCL

MADRID 7 maio (EUROPA PRESS) -

O Tyrannosaurus rex evoluiu na América do Norte, mas seu ancestral direto veio da Ásia, cruzando uma ponte terrestre que ligava os continentes há mais de 70 milhões de anos.

Um novo estudo liderado por pesquisadores da UCL (University College London), publicado na revista Royal Society Open Science, também revela que o rápido crescimento dos tiranossaurídeos (o grupo que incluía o T. rex), bem como de um grupo intimamente relacionado chamado megaraptores, coincidiu com um resfriamento do clima global após um pico de temperatura há 92 milhões de anos.

Isso sugere que o T. rex e seus primos podem ter se adaptado melhor a climas mais frios do que outros grupos de dinossauros da época, talvez devido à sua plumagem ou a uma fisiologia de sangue mais quente.

A equipe internacional incluiu pesquisadores das universidades de Oxford, Pittsburgh, Aberdeen (Arizona), Anglia Ruskin (Oklahoma) e Wyoming.

O autor principal, Cassius Morrison, estudante de doutorado em Ciências da Terra na UCL, disse em um comunicado: "A origem geográfica do T. rex é objeto de intenso debate. Os paleontólogos têm se dividido sobre se seu ancestral veio da Ásia ou da América do Norte. Nosso modelo sugere que os "avós" do T. rex provavelmente vieram da Ásia para a América do Norte, cruzando o Estreito de Bering, entre a atual Sibéria e o Alasca.

Isso é consistente com pesquisas anteriores que indicam que o T. rex estava mais intimamente relacionado a primos asiáticos, como o Tarbosaurus, do que a seus parentes norte-americanos, como o Daspletosaurus.

"Dezenas de fósseis de T. rex foram descobertos na América do Norte, mas nossas descobertas indicam que os fósseis de seu ancestral direto podem ainda não ter sido descobertos na Ásia", acrescentou. A equipe de pesquisa concluiu que o próprio T. rex evoluiu na América do Norte, especificamente em Laramidia, a metade ocidental do continente, onde foi amplamente distribuído.

SEM ANCESTRALIDADE LOCAL

Os pesquisadores discordam das conclusões publicadas no ano passado de que um parente do T. rex, o Tyrannosaurus mcraeensis, encontrado no Novo México, antecedeu o T. rex em três a cinco milhões de anos, uma descoberta que apontava para sua ancestralidade norte-americana. A equipe argumentou que esse fóssil de T. mcraeensis não foi datado de forma confiável.

Para o novo estudo, os pesquisadores exploraram como os tiranossaurídeos e seus primos, os megaraptores, se deslocavam pelo mundo. Eles usaram modelos matemáticos baseados em fósseis, árvores evolutivas de dinossauros, geografia e clima da época. É importante ressaltar que os modelos levam em conta as lacunas no registro fóssil, incorporando a incerteza nos cálculos.

Os megaraptos são considerados os mais misteriosos dos grandes dinossauros carnívoros, pois poucos fósseis de megaraptos foram encontrados. Ao contrário do T. rex, eles desenvolveram cabeças e braços delgados, tão longos quanto a altura de uma pessoa, com garras de até 35 cm de comprimento.

Os pesquisadores concluíram que os megaraptores eram mais amplamente distribuídos pelo mundo do que se pensava anteriormente, provavelmente originários da Ásia há cerca de 120 milhões de anos e se espalhando para a Europa e, em seguida, para a grande massa de terra do sul de Gondwana (incluindo a atual África, América do Sul e Antártica).

Isso significaria que os megaraptos viveram em partes do mundo (Europa e África) onde nenhum fóssil de megarapto foi encontrado até hoje.

É possível que eles tenham evoluído de forma diferente de seus primos tiranossaurídeos, com garras letais em vez de uma mordida poderosa, porque caçavam presas diferentes. No sul de Gondwana, eles podem ter se alimentado de saurópodes (jovens), enquanto o T. rex caçava espécies de laramidianos, como Triceratops, Edmontosaurus e Ankylosaurus.

TAMANHOS GIGANTESCOS

Tanto os tiranossaurídeos quanto os megaraptores atingiram tamanhos gigantescos mais ou menos na mesma época, quando o clima esfriou após um pico de temperatura global conhecido como Máximo Térmico do Cretáceo, há 92 milhões de anos. Esse rápido crescimento ocorreu após a extinção de outros carnívoros gigantes, os carcharodontossaurídeos, deixando uma lacuna no topo da cadeia alimentar.

Os pesquisadores sugeriram que os tiranossauros, tanto os tiranossaurídeos quanto os megaraptores, podem ter sido capazes de tirar melhor proveito das temperaturas mais frias do que os grupos de dinossauros rivais.

No final da era dos dinossauros, o T. rex pesava até nove toneladas (aproximadamente o mesmo que um elefante africano muito grande ou um tanque leve), enquanto os megaraptores atingiam comprimentos de 10 metros.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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