MADRID 12 mar. (EUROPA PRESS) -
Uma equipe internacional de astrônomos demonstrou que uma anã branca e uma anã vermelha, que orbitam uma à outra a cada duas horas, emitem pulsos de rádio.
Graças a observações com vários telescópios, os pesquisadores conseguiram determinar com certeza, pela primeira vez, a origem desses pulsos. Seus resultados foram publicados na Nature Astronomy.
Nos últimos anos, graças ao aprimoramento das técnicas de análise, foram detectados pulsos de rádio com duração de segundos a minutos que parecem vir de estrelas da Via Láctea. Várias hipóteses foram apresentadas sobre o que desencadeia esses pulsos, mas até agora não havia nenhuma evidência concreta. Um estudo internacional liderado pela cientista holandesa Iris de Ruiter muda essa situação.
De Ruiter, que é PhD pela Universidade de Amsterdã, agora é pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Sydney (Austrália). Durante o último ano de seu doutorado, ela desenvolveu um método para pesquisar pulsos de rádio de segundos a minutos no arquivo LOFAR. Enquanto aprimorava o método, descobriu um único pulso nas observações de 2015. Mais tarde, ao examinar mais dados de arquivo da mesma área do céu, ele descobriu mais seis pulsos. Todos os pulsos vieram de uma fonte chamada ILTJ1101.
ANÃ VERMELHA E BRANCA
Outras observações com o Telescópio Multi-Mirror de 6,5 m no Arizona e o Telescópio Hobby-Eberly no Texas mostraram que não se trata de uma estrela cintilante, mas de duas estrelas que, juntas, causam o pulso. As duas estrelas, uma anã vermelha e uma anã branca, orbitam em um centro de gravidade comum a cada 125 minutos. Elas estão localizadas a cerca de 1.600 anos-luz de distância da Terra, na direção da Ursa Maior.
Os astrônomos acreditam que a emissão de rádio se deve à interação da anã vermelha com o campo magnético da anã branca.
No futuro, os astrônomos planejam estudar detalhadamente a emissão ultravioleta da ILTJ1101. Isso ajudará a determinar a temperatura da anã branca e a aprender mais sobre a história das anãs brancas e vermelhas.
"Foi especialmente interessante acrescentar novas peças ao quebra-cabeça", diz de Ruiter. "Trabalhamos com especialistas de várias disciplinas astronômicas. Com diferentes técnicas e observações, fomos nos aproximando gradualmente da solução.
PROVAVELMENTE HÁ MUITO MAIS
Graças a essa descoberta, os astrônomos agora sabem que as estrelas de nêutrons não têm o monopólio dos pulsos de rádio brilhantes. Nos últimos anos, outros grupos de pesquisa descobriram cerca de dez desses sistemas emissores de rádio. Entretanto, esses grupos ainda não conseguiram provar se esses pulsos são provenientes de uma anã branca ou de uma estrela de nêutrons.
Os pesquisadores estão agora analisando todos os dados do LOFAR para encontrar mais pulsos de longo período. O coautor Kaustubh Rajwade (Universidade de Oxford) observa: "Provavelmente há muitos outros pulsos de rádio desse tipo escondidos no arquivo LOFAR, e cada descoberta nos ensina algo novo.
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