MADRID 10 mar. (EUROPA PRESS) -
A diferença de gênero existente na abordagem da doença renal crônica (DRC) significa que, embora seja uma condição mais comum em mulheres, elas representam apenas 40% dos pacientes em diálise e têm 30% menos probabilidade de serem incluídas nas listas de espera para transplantes renais, em comparação com os homens.
Isso ficou claro em uma conferência organizada pelo Grupo de Gênero e Saúde Renal da Sociedade Espanhola de Nefrologia (SEN) por ocasião do Dia Mundial da Mulher, na qual foi destacado que vários estudos evidenciam o fato de que as mulheres acessam os tratamentos de substituição mais tarde ou em menor grau, que elas começam com um estado de saúde mais precário e uma carga maior de comorbidades, o que influencia sua evolução e qualidade de vida.
Da mesma forma, os especialistas que participaram da conferência destacaram que as mulheres, apesar de representarem cerca de 60 a 65% dos doadores vivos de rins, têm menos probabilidade de receber um transplante de um doador vivo. Também advertiram que as mulheres estão menos presentes nos ensaios clínicos e que há diferenças na prescrição de medicamentos e na resposta ao tratamento.
Por outro lado, os especialistas se concentraram no desafio imposto às mulheres grávidas pela doença renal crônica, que afeta 3% das mulheres em idade fértil. Nos casos em que as duas condições se sobrepõem, as mulheres têm até cinco vezes mais chances de desenvolver pré-eclâmpsia, uma complicação grave que pode acelerar a progressão da doença renal.
Além disso, a gravidez em mulheres com insuficiência renal aumenta o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer em até 50%, o que pode afetar a saúde do recém-nascido a longo prazo. O diabetes gestacional e a hipertensão durante a gravidez estão associados a um risco maior de desenvolver DRC no futuro, tanto na mãe quanto em seus filhos.
Com tudo isso, o SEN Gender and Renal Health Group enfatizou a necessidade de tornar essas desigualdades visíveis e incorporar a perspectiva de gênero na prática clínica e na pesquisa, incluindo mais mulheres em estudos clínicos e favorecendo a representação feminina em posições de liderança na nefrologia.
"Não podemos permitir que as diferenças de gênero continuem a condicionar o atendimento em nefrologia. A incorporação dessa perspectiva é fundamental para garantir uma medicina mais equitativa e melhorar os resultados de saúde para todos os pacientes", disseram os organizadores do evento.
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