MADRID 4 jul. (EUROPA PRESS) -
O governo argentino anunciou nesta quinta-feira o fim, em menos de 24 horas, dos cortes de gás para indústrias e postos de Gás Natural Comprimido (GNC) estabelecidos como resultado da onda de frio que transformou o Chile e a Argentina em dois dos lugares mais frios do planeta nesta semana, deixando temperaturas até 15 graus abaixo da média e até neve no deserto do Atacama.
"Durante este período, estamos aproveitando a diminuição da demanda residencial para pressionar o sistema e recuperar o 'linepack' consumido, uma condição necessária para garantir a estabilidade do fornecimento em todos e cada um dos pontos do país", disse o Ministério da Energia em uma declaração relatada pelo jornal 'La Nación'. O Comitê de Emergência se reunirá novamente nesta sexta-feira para avaliar o progresso e decidir se começará a "liberar gradualmente o consumo: primeiro os contratos firmes e, por fim, os interruptíveis".
O governo decidiu, portanto, retomar o fornecimento depois de ordenar "um conjunto de medidas extraordinárias para garantir o fornecimento aos usuários prioritários do sistema: residências, hospitais e estabelecimentos de ensino", como resultado das baixas temperaturas registradas, "as mais baixas em mais de 30 anos e com temperaturas mínimas de 11 graus negativos em algumas províncias", conforme explicado em um comunicado anterior.
Apesar disso, muitas residências também foram afetadas pelas restrições, principalmente em Mar del Plata, embora a empresa de serviços públicos Camuzzi tenha relatado a reconexão progressiva das residências à rede.
A semana mais fria dos últimos 34 anos na Argentina levou a um consumo recorde de gás, com um aumento de 25% em relação ao inverno anterior, o que coincidiu com uma série de falhas na produção - com alguns campos congelados -, no transporte e na distribuição.
CHILE EXPERIMENTA ONDA DE CALOR APÓS NEVE NO DESERTO DO ATACAMA
A resposta de Buenos Aires à crise também envolveu a interrupção preventiva das exportações de gás natural para o Chile para "os clientes com contratos de transporte interruptíveis, de acordo com o que também aconteceu na Argentina sob as condições atuais de estresse no sistema", de acordo com uma declaração da Associação Chilena de Empresas de Gás Natural (AGN) relatada pelo jornal 'El Mercurio'.
No Chile, no entanto, a onda de frio deu lugar a um "pequeno verão de San Juan" tardio, com temperaturas acima de 20 graus entre quarta e sexta-feira, contrastando com as temperaturas abaixo de zero registradas nos dias anteriores, de 0,5 no centro de Santiago do Chile a 18 graus negativos registrados em pontos como Balmaceda, no sudeste do país, e Ollagüe, no nordeste.
A onda de frio cobriu até mesmo partes do Deserto do Atacama, o lugar mais seco da Terra, com neve pela primeira vez em mais de uma década, e também causou "um acúmulo de poluentes e má qualidade do ar em várias cidades do centro do Chile, como Santiago, Rancagua e Talca", de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.
Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático