MADRID 14 abr. (EUROPA PRESS) -
O fato de os seres humanos andarem sobre duas pernas é provavelmente a razão pela qual desenvolvemos nossas habilidades rítmicas, musicais e linguísticas.
Isso também explica por que a corrida e a caminhada estimulam a criatividade, sugere uma nova pesquisa do médico e pesquisador da Universidade de Orebro, Matz Larsson.
Juntamente com Dean Falk, professor de antropologia da Universidade Estadual da Flórida, Larsson publicou um estudo na revista Current Anthropology que analisa como a transição para andar sobre duas pernas em vez de quatro provavelmente mudou não apenas a maneira como os seres humanos se movem, mas também a maneira como pensamos e nos comunicamos.
"Os passos bípedes criam sons de movimento rítmicos e mais previsíveis, em comparação com a maneira como nosso parente vivo mais próximo, o chimpanzé, se move de quatro, com passos irregulares em meio ao farfalhar dos galhos das árvores", explicou Larsson em um comunicado.
Duas pessoas caminhando ao mesmo tempo criam boas oportunidades de conexão com o ambiente. Há intervalos silenciosos entre os passos e, quando eles são sincronizados, o cérebro pode agrupar os sons e distinguir os passos dos sons do ambiente.
Dessa forma, um leão ou um inimigo pode ser detectado a tempo. Indivíduos sem ritmo, que não conseguiam atingir esse objetivo, provavelmente se afastaram, literalmente, do pool genético.
BALANÇO RÍTMICO NO ÚTERO
Já no útero, o feto é afetado pelos passos rítmicos da mãe. Balançar no ritmo dos passos da mãe ativa a audição, o equilíbrio, o tato e a capacidade do bebê de perceber sua própria posição e movimentos, também conhecida como propriocepção. Um ritmo normal de caminhada é de cerca de 120 passos por minuto, o mesmo ritmo de muitas músicas.
Nossos batimentos cardíacos têm um ritmo diferente, cerca de 70 batimentos por minuto, e estimulam apenas a audição, diz Larsson.
Isso significa que os passos criam uma experiência muito mais parecida com a música. Os bebês são acalmados ao serem embalados - talvez porque isso simule a caminhada da mãe durante a gravidez?
A linguagem infantil compensa o contato corporal reduzido O coautor de Larsson, Falk, há muito tempo pesquisa a "linguagem infantil" - a maneira como os adultos falam com os bebês de forma rítmica, quase musical. Quando os seres humanos começaram a andar eretos, os bebês não podiam mais se agarrar à pele da mãe ou manter contato corporal.
"Foi assim que surgiu a linguagem infantil: como um substituto para a conexão física entre os bebês e os pais, de acordo com a pesquisa de Falk. Isso pode ter estimulado a evolução da música e da linguagem", diz Larsson.
"Em minha experiência, correr e caminhar estimulam a criatividade e podem gerar novas ideias, e caminhar com um amigo estimula a troca de ideias", diz Larsson.
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