Moradores de um dos bairros invadidos pela polícia exibem dezenas de cadáveres encontrados nas ruas após a operação.
MADRID, 29 out. (EUROPA PRESS) -
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro confirmou nesta quarta-feira a morte de pelo menos 132 pessoas como resultado da operação policial de grande escala nos bairros da Penha e Alemão, que teve como alvo o Comando Vermelho, uma das principais organizações criminosas do Brasil.
Essa já é a operação policial mais mortífera da história do estado do Rio de Janeiro e, embora tenha ocorrido em contextos diferentes, também superou o massacre cometido no presídio do Carandiru, em São Paulo, em 1992, um símbolo da violência policial, que custou a vida de 111 detentos.
Durante toda a quarta-feira, moradores do bairro da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, encontraram dezenas de corpos, pelo menos 72 até o momento, que foram encontrados horas depois de uma operação, comemorada e descrita como "histórica" pelo governador do estado, Cláudio Castro.
Os corpos sem vida foram empilhados na Praça São Lucas, uma das praças mais importantes do estado fluminense, próxima ao local dos fatos. São os corpos de pelo menos 72 homens, que foram despidos por vizinhos para facilitar o reconhecimento por parte dos familiares.
Castro confirmou inicialmente 58 mortes na quarta-feira, um número um pouco menor do que o dado na terça-feira, bem como a morte de quatro policiais durante a operação, e fixou a contagem nos cadáveres que têm aparecido em sua eventual chegada às instituições médicas oficiais.
"Em 36 favelas, depois de várias operações, nunca vi nada parecido com isso. É algo novo, de uma brutalidade e violência de um nível desconhecido", disse o ativista Raull Santiago, em declarações ao portal G1, referindo-se à fila de cadáveres expostos nas ruas da cidade.
A Penha e o Alemão foram palco, na terça-feira, de uma megaoperação de larga escala envolvendo cerca de 2.500 agentes contra um grupo criminoso que domina mais da metade das áreas controladas pelo crime na região metropolitana do Rio de Janeiro e está presente em cerca de 20 estados.
A operação resultou em dezenas de prisões, incluindo a de um de seus principais líderes, Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como "Belão do Qutungo", que foi um dos 80 presos na sangrenta operação.
A operação também resultou em mais de 80 prisões e vários feridos, inclusive pessoas que não tinham nada a ver com os alvos, e na apreensão de cerca de 30 fuzis e outras armas de pequeno porte. A polícia informou que eles foram recebidos com bombas lançadas por drones.
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