MADRID 9 maio (EUROPA PRESS) -
Uma equipe internacional de pesquisadores especializados publicou as 25 espécies de primatas mais ameaçadas de extinção na Ásia, África, Madagascar e América do Sul para o período de 2023-2025.
A publicação enfatiza a urgência de implementar medidas globais de conservação para salvar uma biodiversidade que eles consideram insubstituível.
"A situação é dramática. Se não agirmos agora, perderemos algumas dessas espécies para sempre", alerta Christian Roos, geneticista do Centro Alemão de Primatas, em um comunicado. "Mas há esperança se a ciência, a política e a sociedade agirem juntas.
O relatório, compilado pelos principais primatologistas e conservacionistas, destaca a necessidade urgente de implementar medidas de conservação específicas para evitar a extinção definitiva dessas espécies.
O painel de especialistas, que inclui membros das organizações de conservação União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e Conservação Internacional (CI), bem como da Sociedade Primatológica Internacional (IPS), conclui que a destruição do habitat, a caça, as mudanças climáticas e o comércio ilegal de animais selvagens são as maiores ameaças aos animais.
A espécie mais ameaçada é o orangotango Tapanuli (Pongo tapanuliensis) em Sumatra, do qual restam apenas cerca de 800 indivíduos. Isso a torna a espécie de macaco mais ameaçada de todos. Ele foi descoberto em 2017 por cientistas da DPZ, entre outros. Seu formato de crânio, dentição e genes são diferentes dos de outras espécies de orangotangos. Isso foi revelado por extensas análises morfológicas e genéticas de orangotangos, das quais Christian Roos também participou.
Muitos lêmures de Madagascar também estão ameaçados de extinção, incluindo o lêmure rato de Madame Berthe (Microcebus berthae). O menor primata do mundo, pesando apenas 30 gramas, foi descoberto em 1993 por cientistas da DPZ perto da estação de campo na floresta de Kirindy. Sua população diminuiu significativamente nos últimos três anos.
Essa espécie também desapareceu da maioria das florestas intactas restantes, indicando consequências alarmantes para possíveis medidas de conservação. Esse pode ser o primeiro primata que perderemos para sempre no século 21, já que também não há populações em cativeiro, diz Peter Kappeler, chefe da estação de campo na floresta de Kirindy.
MEDIDAS PARA PROTEGER OS PRIMATAS
O relatório pede urgentemente a extensão das medidas de proteção para áreas cruciais e sua aplicação sistemática para preservar permanentemente os habitats críticos. Ao mesmo tempo, ele enfatiza a importância de envolver ativamente as comunidades indígenas e locais e capacitá-las como guardiãs de suas próprias regiões. Também exige uma reforma abrangente das políticas, especialmente por meio de leis mais rígidas contra o comércio ilegal de animais silvestres e o desmatamento contínuo.
Por fim, o relatório enfatiza a urgência de mobilizar recursos financeiros suficientes para implementar com sucesso programas de conservação de longo prazo.
"Cada espécie de primata que perdemos não é apenas uma perda irreparável para a natureza, mas também para os seres humanos", diz Roos, "porque os primatas não são apenas animais fascinantes, mas também espécies-chave em nossos ecossistemas. Se uma espécie-chave deixa de existir, nenhuma outra espécie pode ocupar seu nicho ecológico e o ecossistema correspondente é radicalmente alterado.
OS 25 PRIMATAS MAIS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO NO MUNDO
A cada dois anos, as 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo são anunciadas na reunião da Sociedade Internacional de Primatologia para aumentar a conscientização pública sobre a situação dos primatas.
Ao incluir os primatas em perigo de extinção, os pesquisadores procuram chamar a atenção global para o destino de nossos parentes mais próximos e arrecadar fundos para pesquisa e conservação. O relatório conta com a experiência de mais de 100 cientistas de todo o mundo.
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