Publicado 01/12/2025 08:12

97% das pessoas não distinguem músicas criadas por IA: a maioria pede rótulos e alerta sobre o impacto nos artistas

Representação de IA gerando música.
UNSPLASH

MADRID 1 dez. (Portaltic/EP) -

Assim como na criação de imagens e vídeos, os avanços nas capacidades da inteligência artificial (IA) também estão chegando ao setor musical, tornando impossível diferenciar se uma música foi gerada exclusivamente por essa tecnologia ou por humanos para 97% das pessoas, razão pela qual há pedidos de mais transparência na diferenciação desse tipo de conteúdo e proteção para os artistas.

Especificamente, 80% dos usuários dizem que as músicas geradas por IA devem ser claramente rotuladas e 73% gostariam de saber se um serviço de streaming de música recomenda músicas criadas inteiramente com IA.

Isso é detalhado em um estudo recente conduzido pela plataforma de música Deezer, em conjunto com a empresa de pesquisa Ipsos, que testou a capacidade de 9.000 participantes em todo o mundo de reconhecer 100% de músicas geradas por IA. Nos testes, os participantes tiveram que ouvir três faixas de áudio e identificar se alguma dessas músicas havia sido gerada exclusivamente por IA.

Como a empresa explicou, duas das peças eram exclusivamente geradas por IA e a terceira era real, mas os resultados revelaram que 97% dos entrevistados não conseguiram distinguir entre música gerada por IA e música criada por humanos.

Após o teste, a maioria dos entrevistados (71%) ficou surpresa com os resultados e mais da metade (52%) expressou desconforto por não conseguir distinguir entre músicas reais e geradas por IA. Como resultado, 80% concordaram que as músicas geradas por essa tecnologia deveriam ser "claramente rotuladas" para os ouvintes.

Esses resultados refletem a necessidade de transparência sobre o uso dessas ferramentas e tecnologias pelos usuários, a fim de evitar mal-entendidos. Por exemplo, 73% dizem que gostariam de saber se um serviço de streaming de música recomenda conteúdo gerado por IA.

Da mesma forma, 45% gostariam de poder filtrar músicas geradas por IA em suas plataformas de streaming e, nesse sentido, 40% dizem que não ouviriam esse tipo de música sintética se a encontrassem.

No entanto, o conteúdo gerado por IA continua a despertar a curiosidade das pessoas, o que é corroborado pelas afirmações feitas pela empresa de que 66% dos usuários de plataformas de streaming de música ouviriam música gerada por IA "pelo menos uma vez".

Na prática, o estudo mostra que 58% dos entrevistados acreditam que sua plataforma de streaming nunca lhes recomendou músicas 100% geradas por IA, enquanto 25% não têm certeza, o que é viável, pois eles podem não tê-las identificado.

USO DE IA EM PLATAFORMAS DE STREAMING DE MÚSICA

Outro ponto de vista refletido no estudo é que o uso dessa tecnologia também pode ser útil quando se trata, por exemplo, de descobrir mais músicas de acordo com os gostos dos usuários, conforme valorizado por 46% dos entrevistados.

Além disso, 51% acreditam que a IA desempenhará "um papel importante" na criação de músicas nos próximos 10 anos. No entanto, eles também acreditam que, com seu uso, mais conteúdo musical genérico e de "baixa qualidade" será criado em plataformas de streaming.

De fato, quase dois terços dos participantes disseram que a IA "poderia levar a uma perda de criatividade" na produção musical em todo o mundo. A esse respeito, a Deezer destacou que recebe diariamente mais de 50.000 faixas totalmente geradas por IA, o que representa mais de 34% do total de entregas diárias.

PROTEÇÃO AOS ARTISTAS

A plataforma também apontou que o aumento desse tipo de conteúdo totalmente gerado por IA ocorre em um momento em que há uma preocupação crescente com as empresas que usam material protegido por direitos autorais para treinar seus modelos e, com base nisso, gerar músicas posteriormente.

A esse respeito, o estudo também consultou as opiniões dos usuários sobre o assunto, 65% dos quais disseram que o uso de material protegido por direitos autorais para treinar modelos de IA usados para criar músicas não deveria ser permitido.

Além disso, 70% acreditam que a música gerada exclusivamente por IA "ameaça os meios de subsistência de músicos, artistas e compositores atuais e futuros", além de apontar o uso antiético de material protegido por direitos autorais por empresas de IA sem a aprovação do artista original.

Levando tudo isso em conta, 69% dos entrevistados acreditam que os pagamentos por músicas geradas por IA "deveriam ser menores" do que os pagamentos para artistas que criam músicas por conta própria.

AÇÕES TOMADAS PELA DEEZER

Como parte desse estudo, a Deezer destacou que é a única plataforma de streaming de música que "detecta e rotula claramente" o conteúdo que é 100% gerado por IA. Como detalhou o CEO Alexis Lanternier, os resultados da pesquisa "demonstram claramente" como os usuários se preocupam com a música e querem saber se estão ouvindo faixas criadas por IA ou por humanos.

Da mesma forma, Lanternier também apontou a preocupação sobre "como a música gerada por IA afetará a vida dos artistas e a criação de música", bem como a crença generalizada de que as empresas de IA "não devem ser capazes de treinar seus modelos com material protegido por direitos autorais", de modo que a Deezer garantiu seu compromisso de proteger os direitos de artistas e criadores.

Para isso, a plataforma detalhou que todas as músicas 100% geradas por IA são automaticamente removidas das recomendações algorítmicas da Deezer e que, como resultado, as músicas geradas por IA representam atualmente "uma pequena fração" das execuções na Deezer, cerca de 0,5%, e que 70% dessas execuções são fraudulentas.

"Esse é o primeiro passo para garantir que essas músicas não diluam significativamente o conjunto de royalties", enfatizou ele, ao mesmo tempo em que detalhou que eles buscarão possíveis ações futuras, como remoção ou desmonetização de conteúdo, com base em uma "análise cuidadosa".

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

Contador

Contenido patrocinado