MADRID 12 nov. (EUROPA PRESS) -
Ángel Gil, membro da Real Academia Nacional de Medicina da Espanha (RANME), declarou que 25% dos casos de pneumonia na Espanha terminam em complicações que exigem hospitalização e que também se manifestam como doença pneumocócica invasiva com uma taxa de mortalidade de 15%.
"A maioria dos casos de pneumonia é tratada em centros de atenção primária e geralmente é resolvida com um bom tratamento antibiótico; no entanto, 25% dos casos, especialmente na população idosa, que também sofre de uma doença crônica associada, geralmente não respondem ao tratamento, a condição se torna complicada, requer hospitalização e se manifesta como doença pneumocócica invasiva (DPI) com uma taxa de mortalidade de 15%", explicou o professor Gil no Dia Mundial da Pneumonia, que é comemorado nesta quarta-feira.
Ele fez essa declaração por ocasião de uma sessão científica organizada em colaboração com a Universidad Rey Juan Carlos (URJC) e sua Cátedra de Vacinologia promovida pela Pfizer, lembrando que todos os anos cerca de 10.000 pessoas morrem de pneumonia na Espanha, a maioria delas com mais de 60 e 70 anos de idade.
"Essa taxa de mortalidade é tão alta porque a cobertura de vacinação mal chega a 40%-50% nas diferentes comunidades autônomas, enquanto os níveis de vacinação deveriam ser tão altos quanto entre as crianças com menos de dois anos de idade, cuja cobertura é superior a 95% em todas as comunidades e quase não há internações por ENI entre os mais jovens", acrescentou.
Por sua vez, Ruth Gil Prieto, Professora de Medicina Preventiva e Saúde Pública e Diretora da Cátedra de Vacinologia da URJC, enfatizou que a melhor prevenção da doença pneumocócica é a vacinação, usando a última geração de vacinas conjugadas e com boa cobertura dos principais sorotipos circulantes.
MELHORIA DA COBERTURA EM IDOSOS, PESSOAS VULNERÁVEIS E CRIANÇAS
"É essencial melhorar a cobertura vacinal em idosos e grupos vulneráveis, bem como manter a vacinação infantil nesses níveis elevados", acrescentou Prieto, que também defendeu a implementação de campanhas de conscientização voltadas especificamente para idosos, grupos com menor adesão, profissionais de saúde e cuidadores, informando-os sobre o risco real da doença pneumocócica e os benefícios da vacinação.
Ele destacou ainda que algumas regiões estão trabalhando "com bons resultados" para melhorar os sistemas de registro e enviar lembretes à população por meio de alertas eletrônicos, mensagens SMS ou cartões postais.
O especialista também destacou a utilidade de administrar a vacina pneumocócica junto com a vacina contra a gripe nos idosos, quando indicado, para "aproveitar a oportunidade de contato com a saúde".
Ela também pediu a promoção de um estilo de vida saudável, boa nutrição, evitar o fumo e bom controle médico de doenças crônicas, o que ajuda a reduzir o risco de pneumonia.
Por sua vez, a coordenadora da Seção de Doenças Infecciosas do Departamento de Pediatria do Hospital Universitário Gregorio Marañón, em Madri, Marisa Navarro, destacou o "alto impacto" da pneumonia entre as crianças.
"Todos os anos, há mais de 150 milhões de casos de pneumonia em crianças com menos de cinco anos de idade em todo o mundo, com cerca de 700.000 crianças morrendo, representando cerca de 14% de todas as mortes de crianças com menos de cinco anos, perdendo apenas para as mortes neonatais", acrescentou Navarro, pesquisadora do Centro de Rede de Pesquisa Biomédica em Doenças Infecciosas (CIBERINFEC).
Apesar disso, a mortalidade por pneumonia em menores de cinco anos na Espanha é de 0,3 por 100.000 crianças, uma taxa alcançada "graças à vacinação e à assistência médica, bem como à boa nutrição e à ausência de outras coinfecções".
"Esses números contrastam com os de alguns países de baixa renda, onde a mortalidade por pneumonia pneumocócica é de 27 por 1.000 crianças", disse ele.
DIMINUIÇÃO DA DOENÇA PNEUMOCÓCICA INVASIVA E NÃO INVASIVA
Com relação a isso, o Dr. Navarro disse que tanto a doença pneumocócica invasiva quanto a não invasiva diminuíram "drasticamente" devido ao uso de vacinas pneumocócicas conjugadas, primeiro a PCV7 e depois a PCV13.
"Atualmente, há sorotipos circulantes que não estão incluídos na vacina PCV13, portanto, temos de usar as novas vacinas de validade estendida para proteger melhor a população. Essas vacinas são a vacina conjugada 15-valente e a vacina conjugada 20-valente", explicou.
O especialista enfatizou que essas duas vacinas substituíram a VNC13 nas diferentes comunidades autônomas, pois a VNC15 cobre os sorotipos da VNC13 mais os sorotipos 22F e 33F, enquanto a VNC20 inclui proteção contra os sorotipos 8, 10A, 11A, 12F e 15B/C, além dos sorotipos da VNC13 e VNC15.
Ele também destacou que a VNC13 cobre apenas 20% dos sorotipos que circulam na população com menos de cinco anos, enquanto a VNC15 protege 40% e a VNC20 68%.
"Se também quisermos proteger uma criança imunocomprometida ou uma criança com fatores de risco para pneumonia, temos que usar a vacina com a maior cobertura de sorotipos, ou seja, a VNC20, que agora substituiu a VN23, uma vacina polissacarídica que, embora tenha ampliado os sorotipos que cobria, a imunidade gerada era escassa e não muito duradoura", concluiu.
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