Publicado 18/12/2025 11:51

Zelenski descarta a possibilidade de alterar a constituição da Ucrânia para renunciar à adesão à OTAN

Archivo - HANDOUT - 23 de outubro de 2025, Bélgica, Bruxelas: O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fala durante uma coletiva de imprensa à margem da Cúpula do Euro no prédio do Conselho Europeu em Bruxelas. Foto: Frederic Sierakowski/Conselho da UE/d
Frederic Sierakowski/EU Council/ DPA - Arquivo

Ele exige garantias de segurança juridicamente vinculantes para a Ucrânia pós-guerra, como o Artigo 5 da Aliança Atlântica.

BRUXELAS, 18 dez. (EUROPA PRESS) -

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, descartou na quinta-feira a possibilidade de mudar a constituição da Ucrânia, que inclui entre seus artigos o objetivo estratégico de aderir à União Europeia e à OTAN, para renunciar à Aliança Atlântica, em meio a concessões ao Kremlin para facilitar as negociações de paz e acabar com a invasão lançada pela Rússia.

Perguntado em uma coletiva de imprensa em Bruxelas - após uma reunião com líderes da UE - se a Ucrânia desistiria de sua aspiração de ingressar na OTAN, o que levaria o país do Leste Europeu a mudar sua Carta Magna, Zelenski descartou que isso estivesse entre seus planos e ressaltou que, embora países como os Estados Unidos sejam contra a adesão, tudo pode mudar.

"Com toda honestidade, não acho que devamos mudar nossa constituição, a constituição de nosso estado. Bem, antes de tudo, é a Constituição ucraniana e deixemos que o povo ucraniano decida o que faremos com nossa Constituição e não qualquer outra pessoa. Definitivamente, não por causa das reivindicações russas", afirmou.

O líder ucraniano indicou que a entrada da Ucrânia na Aliança Atlântica seria uma garantia de que a Rússia não realizaria uma nova invasão após um hipotético acordo de paz.

"Queremos ter essas garantias. Acreditamos que as merecemos. Os Estados Unidos têm sua política. Eles não nos veem na OTAN por enquanto. Tudo em nossas vidas é por enquanto. Talvez a posição mude no futuro", continuou ele, lembrando que o ex-presidente dos EUA, Joe Biden, já havia dito a ele que a Ucrânia não seria membro da Aliança Atlântica.

EXIGE GARANTIAS DE SEGURANÇA EQUIVALENTES AO ART. 5

Zelenski, no entanto, enfatizou a importância de "fortes garantias de segurança" para um futuro acordo de paz, já que sem elas "não significará o fim" da guerra. Em sua opinião, seria apenas "uma pausa", após a qual a Rússia, se assim desejasse, atacaria novamente o território ucraniano.

Questionando quais seriam as garantias de segurança para a Ucrânia no pós-guerra e observando que o Memorando de Budapeste - após a desintegração da URSS - e o acordo de Minsk haviam sido violados, Zelenski pediu um acordo que realmente dissuadisse a Rússia de lançar uma nova invasão.

Entre suas propostas estão "um forte exército ucraniano" que seja "bem treinado e equipado", mas também "algo semelhante à OTAN" quando "não se tem a OTAN", ou seja, um mecanismo que obrigaria os parceiros da Ucrânia a defender a Ucrânia se ela fosse atacada por outro país externo, conforme exigido pelo Artigo 5 da Aliança Atlântica quando um de seus estados-membros é atacado.

"O que os Estados Unidos farão se a Rússia atacar com agressividade novamente? O que essas garantias de segurança farão? Como funcionarão? O que todos os parceiros farão? Com que poder eles deterão Moscou? Especificamente, acho que precisamos obter uma resposta para tudo isso. Talvez seja uma resposta não pública, mas ela deve ser registrada em determinados documentos", acrescentou.

Nesse sentido, ele esclareceu que quando fala de um mecanismo semelhante ao da OTAN, ele quer dizer que deve ser "um artigo juridicamente vinculativo" que, no caso do país norte-americano, deve ser ratificado pelo próprio Congresso dos EUA.

O APOIO EUROPEU É NECESSÁRIO

Sobre as garantias de segurança e a presença de líderes europeus na Ucrânia, Zelenski argumentou que não acredita que a Europa deva substituir os EUA nessa questão e que não é verdade que, com um Artigo 5 ou similar, não haveria necessidade de apoio europeu.

"Não, são coisas diferentes e não importa quais sinais a Rússia envie, entendemos que eles querem excluir a presença dos europeus, isso não deve ser permitido", disse ele, acrescentando que para a Ucrânia "a presença europeia é importante", e quanto maior o "número de países e bandeiras" dispostos a garantir a segurança de seu país, melhor.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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