O presidente ucraniano pede que não se repita o fracassado Memorando de Budapeste de 30 anos atrás.
Moscou não prevê nada "construtivo" e insiste que não devolverá os territórios conquistados
MADRID, 14 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, chegou neste domingo à capital da Alemanha, Berlim, para vários dias de reuniões sobre o plano de paz defendido pelo presidente Donald Trump para tentar acabar com a guerra com a Rússia, que começará, em questão de horas, com uma reunião com a delegação dos EUA.
"Vamos nos concentrar na melhor maneira de garantir a segurança da Ucrânia porque não queremos que se repita o Memorando de Budapeste", o acordo assinado em 1994 que concedeu garantias de segurança à Ucrânia pós-soviética em troca da entrega do arsenal nuclear que Moscou havia instalado na época.
O presidente ucraniano sempre lamentou que as potências nucleares por trás do acordo (EUA, Reino Unido, França e China) não tenham cumprido as promessas feitas no texto quando a Rússia invadiu o país em fevereiro de 2022.
Zelenski explicou que, antes da reunião com a delegação dos EUA, seus principais negociadores, o chefe do Conselho de Segurança Rustem Umerov e o chefe do Estado-Maior General Andrii Hnatov, o atualizarão sobre os últimos desenvolvimentos antes de se reunir com o enviado especial de Trump Steve Witkoff e o conselheiro presidencial e genro de Trump Jared Kushner.
Zelenski postou no X imagens da reunião preparatória com seus negociadores. "Há muitos detalhes importantes, e estamos trabalhando minuciosamente em cada ponto de cada minuta", disse ele. "O mais importante é que todas as medidas que acordamos com nossos parceiros funcionem na prática para garantir a segurança. Somente garantias confiáveis podem assegurar a paz. Confiamos que nossos parceiros também continuarão a trabalhar de forma construtiva", disse ele.
REUNIÕES COM A EUROPA
O chanceler alemão Friedrich Merz recebeu brevemente o presidente Zelenski como um prelúdio para outra reunião na segunda-feira, na qual os dois discutirão o processo de conversações e, de acordo com o líder ucraniano, "a base para a paz: um acordo político para acabar com a guerra" e garantir "que a Rússia não invadirá a Ucrânia novamente".
Zelenski também manteve uma conversa telefônica no sábado com o presidente francês Emmanuel Macron, que aproveitou a ligação para lembrar ao seu homólogo que seu país "está e continuará ao lado da Ucrânia para construir uma paz sólida e duradoura que possa garantir a segurança e a soberania da Ucrânia e da Europa a longo prazo".
"Agradeço a todos os negociadores ucranianos, europeus e americanos que se mobilizaram para atingir esse objetivo", acrescentou Macron.
Em contrapartida, o conselheiro presidencial da Rússia para assuntos estrangeiros, Yuri Ushakov, declarou seu total ceticismo em relação a esses dias de negociações na capital alemã, pois insistiu que a Rússia não abrirá mão dos territórios que conquistou na Ucrânia, uma posição que os Estados Unidos conhecem bem.
Ushakov lembrou que Witkoff já havia sido "informado sobre a questão territorial" durante sua visita a Moscou no início deste mês e acrescentou que "os Estados Unidos não apenas conhecem a posição da Rússia sobre essa questão, mas a compreendem".
De qualquer forma, acrescentou Ushakov em comentários relatados pela agência de notícias russa TASS, "dificilmente algo de bom sairá das reuniões de Berlim".
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