Frederic Sierakowski/EU Council/ DPA - Arquivo
O presidente ucraniano estima que as forças armadas manterão 800.000 soldados.
MADRID, 11 dez. (EUROPA PRESS) -
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, anunciou que uma nova versão do projeto de acordo de paz foi entregue aos Estados Unidos e defendeu a ideia de que qualquer decisão que afete a soberania dos territórios do leste do país atualmente ocupados pela Rússia deve ser decidida em um referendo.
Zelenski explicou que a versão apresentada à Casa Branca leva em conta não apenas a posição da Ucrânia, mas também a da Europa. "Não é um plano definitivo, é uma reação ao que recebemos, às condições prévias", explicou o presidente ucraniano em uma reunião com a imprensa em Kiev.
"No momento, é difícil prever quais serão os documentos finais. Os russos querem todo o Donbas, mas nós, é claro, não aceitamos isso", apontou Zelenski, explicando que muitas das questões ainda dependem de como os cerca de vinte pontos-chave da minuta serão desenvolvidos.
Sobre a questão da soberania sobre os territórios ocupados pela Rússia, Zelenski argumentou que a opinião do povo ucraniano deve ser ouvida, seja por meio de eleições ou de um referendo. "Deve haver uma posição do povo ucraniano", disse ele, de acordo com o Ukrinform.
"O povo ucraniano responderá a essa pergunta", disse Zelenski, que destacou que entre as principais divergências está a forma de lidar com a situação na região de Donetsk, onde a Rússia, com a aprovação dos Estados Unidos, está exigindo a retirada das tropas ucranianas em troca de manter suas próprias tropas fora.
"Definitivamente, isso não é do interesse da Ucrânia, mas devemos continuar as conversas e tentar encontrar respostas para todas as perguntas", disse ele.
Entre os pontos polêmicos também está a questão da usina nuclear de Zaporiyia, a maior da Europa e uma das principais arenas em que essa guerra está sendo travada, com acusações entre os lados sobre ataques à instalação.
FORÇAS ARMADAS E GARANTIAS DE SEGURANÇA
Zelenski também disse que eles receberam uma proposta dos Estados Unidos com possíveis garantias de segurança, que será encaminhada a eles assim que a analisarem e incluírem suas próprias propostas. "Vamos incorporar nossas ideias" e "em alguns dias entregaremos um documento ao lado americano", disse ele.
Com relação ao tamanho das forças armadas, Zelenski disse que permaneceria em 800.000 soldados, um número muito semelhante ao atual, de acordo com o último esboço, depois que limitações mais significativas foram propostas em planos anteriores. "Finalizamos esse ponto com bastante precisão", disse ele.
Ele também informou que havia solicitado ao Parlamento que preparasse emendas legislativas sobre a possibilidade de realizar eleições em tempos de guerra. "O mais importante é que elas sejam conduzidas de maneira legítima", disse ele.
"Se for possível que nossos parceiros nos ajudem a organizar o processo eleitoral de forma segura e dentro de um prazo adequado, eu o apoiarei", disse Zelenski, que também está contando com o apoio dos EUA para persuadir os Estados que ainda estão relutantes em dar o sinal verde para a adesão à UE.
Em uma clara alusão à Hungria, Zelenski acredita que Trump "tem certas ferramentas de influência" para desbloquear o caminho da Ucrânia em direção à União Europeia, embora tenha lamentado que, no que diz respeito à OTAN, os Estados Unidos não sejam favoráveis. "Eles não querem nos ver lá (...) Eles não nos convidaram antes e essa posição não mudou. Essa posição tem sido uma constante", disse ele.
Zelenski também advertiu que a negociação está sujeita a muitos riscos e não descarta a possibilidade de que a Rússia acabe desistindo. "Estamos fazendo tudo o que podemos para que funcione. Estamos sendo construtivos", disse ele.
"Não vejo nenhuma demonstração de que eles querem acabar com a guerra, mas não querem dificultar ainda mais as coisas do ponto de vista econômico, e será (...) Será ainda mais difícil se eles disserem a Trump que não vão acabar com a guerra, isso irá além e aumentará a pressão", disse Zelenski.
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