MADRID 10 jun. (EUROPA PRESS) -
O presidente ucraniano Volodimir Zelenski acusou o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán de querer "lucrar" com a guerra na Ucrânia para as eleições e advertiu que suas políticas são "antieuropeias" e que seu apoio à Rússia é um "erro histórico".
"Suas políticas, infelizmente, são anti-ucranianas. E antieuropeias", disse Zelenski, para quem o primeiro-ministro Orbán está usando a guerra nos assuntos internos da Hungria para fins eleitorais.
"Ele não entende que isso terá consequências muito mais sérias e perigosas", disse o presidente ucraniano em uma entrevista ao meio de comunicação húngaro Válasz Online. "Ao não nos ajudar, ele está fazendo um favor a Putin. Ele está cometendo um grave erro histórico", disse ele.
Zelenski reprovou Orbán por fazer campanha política com sua imagem, referindo-se a uma série de cartazes que têm aparecido em toda a Ucrânia com mensagens contra a ajuda à Ucrânia e sua adesão à União Europeia. Eu não dei permissão para ele fazer isso", protestou.
Zelenski também abordou a mais recente crise sobre a prisão de dois cidadãos ucranianos de etnia húngara que supostamente estavam espionando para os serviços de inteligência húngaros, que responderam expulsando dois diplomatas acusados de serem agentes secretos.
"Documentamos tudo", disse ele, afirmando que eles têm mais evidências para apoiar suas suspeitas, incluindo o método de pagamento dos serviços de inteligência a esses agentes. "A rede húngara foi construída em 2021 (...) A última transferência de informações ocorreu em 25 de março deste ano", disse ele.
Em meados de maio, a Ucrânia informou a prisão de dois supostos agentes que teriam coletado informações sobre possíveis falhas de segurança na Transcarpácia - uma região ucraniana com uma grande minoria húngara - e a opinião da população local sobre um suposto envio de tropas.
A HUNGRIA REJEITA AS CRÍTICAS DE ZELENSKI À ORBAN
O governo húngaro reprovou o presidente ucraniano por fazer campanha tão abertamente para a oposição e, mais especificamente, em apoio ao partido Tisza, uma formação conservadora recém-formada com ampla popularidade nas pesquisas, de olho nas eleições do início de 2026.
O porta-voz do governo, Zoltan Kovacs, criticou o fato de essas declarações sobre as supostas políticas antieuropeias de Orbán virem de um líder que não pertence à União Europeia e o reprovou por interferir com seus "sermões" no referendo planejado sobre a adesão da Ucrânia à UE.
"Talvez ele devesse primeiro verificar quem realmente é membro da UE", disse Kovacs, que acusou Zelenski de querer que os outros "financiem sua guerra" enquanto ele busca "se enturmar com as elites da UE".
"Zelenski claramente ignora o fato fundamental de que o primeiro-ministro Orbán, como líder eleito da Hungria, sempre defenderá os principais interesses de segurança nacional da Hungria, não os da Ucrânia", disse ele em sua conta no X.
A Hungria, um estado membro da UE e da OTAN, planeja realizar eleições parlamentares no início de 2026. Orbán, no poder desde 2010, está sob pressão porque o novo partido conservador Tisza, de Magyar, está muito à frente nas pesquisas.
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