Publicado 22/11/2025 15:21

vídeo: COP30 alcança acordo climático, mas sem metas concretas para acabar com os combustíveis fósseis

21 de novembro de 2025, Belém, Brasil, Brasil: O presidente da COP30, ANDRE CORREA DO LAGO, fala na sala plenária em resposta ao rascunho de Mutirao da COP30, o principal texto de decisão política da cúpula, que omitiu os compromissos de transição de comb
Europa Press/Contacto/Bianca Otero

Várias delegações, incluindo a UE e a Colômbia, protestam contra a adoção de um texto pouco ambicioso.

MADRID, 22 nov. (EUROPA PRESS TELEVISION) -

O presidente da 30ª Conferência das Partes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), André Corrêa do Lago, anunciou no sábado a aprovação do acordo do Mutirão Global, um documento para reduzir o uso de combustíveis fósseis, embora sem compromissos ou metas claras.

"A ciência prevalece. O multilateralismo venceu", proclamou o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em um comunicado divulgado após o anúncio do acordo. "No ano em que o planeta ultrapassou 1,5°C acima dos níveis pré-industriais pela primeira vez, e talvez permanentemente, a comunidade internacional teve que escolher: seguir ou se render. Escolhemos a primeira opção", disse ele.

O acordo foi alcançado após uma noite de intensas negociações que se encerraram às 8 horas da manhã de sábado em Belém. Ele inclui avanços nas regras de adaptação, financiamento e transparência, mas deixa para 2026 as decisões que deveriam ter sido tomadas na reunião atual.

Após o anúncio do acordo, várias delegações protestaram abertamente contra o que consideraram ser uma falta de diálogo por parte da presidência, incluindo as delegações da União Europeia, Colômbia, Panamá e Suíça.

O próprio presidente da COP30, Corrêa do Lago, ordenou a suspensão da plenária diante da rejeição de meia dúzia de delegações ao acordo anunciado. "Me desculpem. Não vi as bandeiras", disse o representante brasileiro, que abriu uma rodada de consultas a portas fechadas.

A Colômbia tem sido um dos países mais beligerantes na defesa da adoção de metas e cronogramas específicos para o fim dos combustíveis fósseis. A delegação colombiana expressou seu desconforto com a ausência de partes que haviam sido acordadas por consenso.

"A Colômbia não aceitará um texto que nega a ciência, impede o cumprimento da meta de 1,5 C e dá as costas às pessoas e à vida", disse a Ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Irene Vélez-Torres.

DESMATAMENTO E COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

"Vou criar dois mapas: um para reverter o desmatamento e outro para a transição para longe dos combustíveis fósseis", disse Corrêa do Lago durante a sessão plenária da COP30 no sábado.

A estrutura é voluntária, mas durante o ano em que o Brasil estiver presidindo a COP, essas duas questões estarão no topo da agenda. Assim, serão organizadas reuniões de alto nível nas quais a abordagem terá um forte componente científico, mas das quais também participarão governos, indústria e sociedade civil. Após a realização dessas reuniões, os resultados serão levados à COP, ressaltou Corrêa do Lago.

A primeira conferência de alto nível será realizada em abril na Colômbia e terá como foco a redução do uso de combustíveis fósseis, explicou.

MUTIRÃO GLOBAL

O texto "Mutirão Global: Unindo a humanidade em uma mobilização global contra as mudanças climáticas" propõe a aceleração da implementação do Acordo de Paris e ressalta a urgência de reduzir rapidamente as emissões. A proposta ressalta a importância da equidade, dos direitos humanos e do multilateralismo e alerta para a existência de lacunas significativas na área de financiamento de medidas de combate às mudanças climáticas.

O documento foi adotado por 194 países, o que por si só é visto como um triunfo em vista da atual turbulência geopolítica. Ele prevê a triplicação do financiamento para adaptação, embora a meta de US$ 120 bilhões por ano para adaptação tenha sido adiada em cinco anos, para 2035.

Por fim, não menciona a questão dos combustíveis fósseis com medidas concretas em decorrência da drástica oposição dos países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita.

Paralelamente, um plano de transição para uma economia livre de combustíveis fósseis, que não faz parte do acordo final, foi aprovado com o apoio de 90 países. A iniciativa foi conduzida pelo país anfitrião, o Brasil, com o apoio fundamental da Colômbia.

Um segundo plano de combate ao desmatamento obteve o apoio de outros 90 países, embora sua ausência no acordo final da COP30 seja um grande revés, pois a reunião foi realizada em Belém, no meio da Amazônia, com o objetivo de facilitar a inclusão dessa questão. O Brasil também promoveu a criação do Rainforests Forever Fund, que prevê a destinação de recursos para evitar o desmatamento.

Outro acordo importante, muito valorizado pela sociedade civil, foi a criação do Mecanismo para uma Transição Justa, um plano que promove uma transição justa para uma economia verde que protege os direitos de toda a população, com menção especial aos trabalhadores, mulheres, povos indígenas e afrodescendentes.

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