Ele pede a Sánchez que "elabore em conjunto" os "orçamentos mais ambiciosos possíveis", mas não vê problema em continuar governando se eles não forem aprovados.
MADRID, 31 ago. (EUROPA PRESS) -
O Ministro da Cultura, Ernest Urtasun, assegurou que "estão sendo feitos progressos" com Junts para que eles dêem seu apoio à redução da semana de trabalho para 37,5 horas e está confiante de que um acordo pode ser alcançado "o mais rápido possível", embora ele não tenha fechado a porta para a possibilidade de que, se necessário, a Segunda Vice-Presidente e Ministra do Emprego, Yolanda Díaz, viajará para a Bélgica para se reunir com Carles Puigdemont, a fim de convencê-lo.
Ela explicou isso em uma entrevista à Europa Press, na qual comemorou o fato de que os contatos realizados com o partido pró-independência durante o verão estão dando frutos e está confiante de que "o mais rápido possível" será alcançado um acordo que permitirá a realização do debate no Congresso para que a lei possa iniciar sua tramitação parlamentar.
O governo considerou realizar esse primeiro debate na última sessão plenária antes das férias de verão, mas acabou desistindo por não ter o apoio essencial dos sete deputados do Junts, que, assim como o PP e o Vox, apresentou uma emenda para devolver o projeto de lei ao departamento de Yolanda Díaz.
"Continuamos a conversar intensamente com a Junts. O Ministério do Trabalho, que está liderando essas negociações, permaneceu em contato, e estamos convencidos de que vamos conseguir", disse ele.
O TRABALHO ESTÁ FAZENDO AJUSTES PARA AS PMES
Urtasun reconheceu que a Junts "tem suas demandas legítimas" com relação à aplicação da redução das horas de trabalho para pequenas e médias empresas e, sem dar detalhes, explicou que o Ministério do Trabalho está "terminando de ajustá-las". "Mas o progresso está sendo feito e esperamos poder alcançá-lo o mais rápido possível", disse ele.
De acordo com sua previsão, isso será alcançado por dois motivos. O primeiro é que essa medida está "sendo bem-sucedida" em países como a Holanda, onde "eles já estão efetivamente caminhando para a jornada de trabalho de quatro dias" sem que isso "tenha tido qualquer impacto negativo sobre a produtividade ou o crescimento econômico". "Trabalhar mais horas não significa ser mais produtivo ou produzir mais", disse ele.
E também porque a redução das horas de trabalho tem "um apoio social muito forte". "Não é que tenha um grande apoio na Catalunha, porque há dois milhões de trabalhadores que serão beneficiados, mas até mesmo as pesquisas mostram que há um grande apoio entre os eleitores de Junts", argumentou.
Perguntado se, se necessário, para chegar a um acordo, o presidente Pedro Sánchez deveria ir ao sul da França para convencer Puigdemont, Urtasun responde que o chefe do Executivo é o senhor de sua agenda, mas garante que não teriam nenhuma objeção a que Díaz se reunisse novamente com o ex-presidente da Generalitat, como fez em 2023 em Bruxelas no âmbito das negociações para a investidura.
"Nunca nos opomos a reuniões, não temos nenhum problema em conversar, nos reunir, com todos, porque o diálogo é sempre positivo", disse Urtasun, que organizou essa reunião no Parlamento Europeu, do qual era membro na época.
"PRECISAMOS DE NOVAS CONTAS" COM A HABITAÇÃO COMO PRIORIDADE
Por outro lado, o porta-voz da Sumar também insistiu na necessidade de novos orçamentos para 2026. "No ano passado não aceitamos desistir de elaborar as contas e voltamos a pedi-las este ano", disse, sublinhando que não se trata apenas de "uma obrigação", mas que servem também para "traçar uma ambição por parte do governo e uma ideia do país".
"Gostaria de pedir ao PSOE que faça as contas públicas mais ambiciosas possíveis, juntamente com uma prioridade que é a habitação, o principal problema que afeta nosso país", disse ele, enquanto pedia o apoio dos parceiros de investidura para poder aprová-las. "Se acreditamos que este país ainda merece, como acredito que todos nós acreditamos, uma maioria progressista para continuar avançando, precisamos dessas contas", acrescentou.
Questionado sobre a possibilidade de o governo continuar no caso de a Câmara anular o projeto de orçamento, o ministro admitiu que "o país estaria melhor com novas contas". "Temos que tentar, sem dúvida", acrescentou, embora tenha acrescentado que o governo já demonstrou que é possível "governar com contas ampliadas", como, de fato, está fazendo agora com as contas de 2023.
"Tenho meu orçamento no Ministério da Cultura e estou tomando novas iniciativas com o orçamento prorrogado. Felizmente, como os últimos orçamentos prorrogados foram bastante expansivos, há recursos para fazer as coisas. Em outras palavras, é verdade que podemos governar com as contas transitadas", explica.
SINGULARIDADE CATALÃ PARA MELHORAR O FINANCIAMENTO
Urtasun admite que os parceiros de investidura não facilitarão as coisas para o Executivo, mas ele lembra que também não foi fácil fazer passar algo tão "político e ideológico" como uma reforma tributária, e foi possível combinar os interesses de Junts com os de Sumar.
"Nada é fácil no Congresso nesta legislatura. Em dezembro, todos nos diziam que essa equação era impossível, e no final conseguimos aprovar uma reforma tributária, embora com seus déficits, porque algumas coisas ficaram pendentes, como a tributação do diesel, que é algo que teremos que retomar", alerta.
Com relação ao financiamento único para a Catalunha, que a ERC estabeleceu como condição para a negociação das contas, Urtasun destaca que esse sistema deve ser tratado ao mesmo tempo que o novo financiamento regional, pois o sistema atual está "desatualizado há muito tempo".
"O sistema deve ser atualizado para financiar adequadamente todas as comunidades autônomas. Valência, por exemplo, é um território particularmente castigado que precisa ser melhorado, mas também Aragão", ele aponta, enfatizando que isso "é compatível" com a "singularidade da Catalunha, que está consagrada em seu Estatuto e não é algo inventado por este governo".
Da mesma forma, ele reiterou que também é fundamental "vincular a melhoria do financiamento ao fato de algumas comunidades autônomas deixarem de reduzir os impostos sobre os ricos, 'despejando' o restante", em referência à Comunidade de Madri, que ele acusa de ser um "enorme paraíso fiscal dentro da Espanha, com faixas de imposto de renda pessoal e impostos sobre herança e patrimônio praticamente nulos".
"Ela 'despeja' todos nós e depois nos pede mais recursos para se financiar. Esse tipo de situação não é possível. E, portanto, a melhoria do sistema de financiamento, do nosso ponto de vista, deve estar vinculada a um piso fiscal para que ninguém 'despeje' como a Sra. Ayuso faz com o restante das comunidades autônomas", conclui.
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