MADRID 2 jul. (EUROPA PRESS) -
A Alta Representante para Política Externa da União Europeia (UE), Kaja Kallas, assegurou nesta terça-feira ao Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, que "a UE está pronta para facilitar" as negociações "para pôr fim ao programa nuclear".
"As negociações para pôr fim ao programa nuclear iraniano devem ser retomadas o mais rápido possível (e) a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve ser retomada", disse ela em uma mensagem na rede social X sobre sua conversa telefônica com o chefe da diplomacia iraniana.
Por sua vez, Araqchi enfatizou que "comentários que implícita ou explicitamente justifiquem as graves violações do direito internacional e os crimes cometidos pelo regime sionista serão considerados como participação e cumplicidade" nos ataques israelenses contra seu país, de acordo com uma postagem em seu canal no Telegram sobre a ligação.
Assim, o ministro reiterou o que definiu como a "responsabilidade" de todos os governos de condenar os ataques israelenses e norte-americanos contra o Irã, em um diálogo com o principal formulador de políticas internacionais da UE, que afirmou, após os bombardeios norte-americanos em junho, que "não se pode permitir que o Irã desenvolva uma arma nuclear porque isso representaria uma ameaça à segurança internacional".
Durante a conversa, Araqchi descreveu os ataques às instalações nucleares iranianas, bem como as mortes de cidadãos iranianos, "como um golpe sem precedentes para a diplomacia, para o regime de não proliferação e para a Resolução 2231 do Conselho de Segurança" de 2015, que apoia o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA).
Além disso, o ministro das Relações Exteriores do Irã demonstrou sua desconfiança em relação aos EUA, alegando que tanto os ataques dele quanto os de Israel ocorreram "enquanto o Irã estava em meio a negociações e diplomacia", denunciando que "foram os EUA que os traíram". Os militares israelenses iniciaram sua onda de bombardeios contra o Irã em 13 de junho, apenas dois dias antes de Washington e Teerã se reunirem em Omã como parte de suas negociações sobre o programa nuclear iraniano.
Por outro lado, Araqchi criticou o apoio do diretor da AIEA, Rafael Grossi, e de alguns líderes europeus às operações militares dos EUA e de Israel contra seu país, bem como a "falta de condenação" dos ataques. A esse respeito, ele alertou que "essa abordagem destrutiva de vários países europeus complicaria as condições existentes e tornaria o caminho da diplomacia mais difícil".
O telefonema entre os dois diplomatas ocorreu um dia depois que os ministros das Relações Exteriores do G7 e Kallas pediram, na segunda-feira, que o Irã "retome urgentemente" sua cooperação com a AIEA - inclusive permitindo que os inspetores da AIEA tenham acesso às instalações nucleares iranianas - e condenaram os pedidos de "prisão e execução" do diretor da agência.
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