Publicado 26/11/2025 11:07

A UE pede mais sanções à Rússia para que ela "pare de fingir que está negociando e precise sentar e negociar".

Kallas diz que as concessões devem vir do lado russo: "Devemos restringir seu exército e seu orçamento militar".

A Alta Representante da União Europeia para Política Externa, Kaja Kallas, discursa no Fórum Ministerial UE-Indo-Pacífico.
FRANCOIS LENOIR // EUROPEAN COUNCIL

BRUXELAS, 26 nov. (EUROPA PRESS) -

A Alta Representante da União Europeia para Política Externa, Kaja Kallas, pediu nesta quarta-feira que o bloco continue em seu curso e aplique mais sanções contra a Rússia para que o presidente russo Vladimir Putin "pare de fingir" que está aberto à paz na Ucrânia e "precise se sentar e negociar" um acordo.

Falando em uma coletiva de imprensa em Bruxelas após a reunião extraordinária dos ministros das Relações Exteriores da UE-27 por videoconferência para discutir as negociações de paz para a Ucrânia, o chefe da diplomacia europeia defendeu o aumento da pressão sobre a Rússia para aumentar as chances de alcançar a paz na Ucrânia.

"Ainda precisamos passar de uma situação em que a Rússia finge negociar para uma situação em que ela precisa negociar", argumentou ela, após os primeiros passos de Kiev em relação ao plano de paz apresentado pelos Estados Unidos após uma primeira rodada de negociações em Genebra.

Ele alertou que a Rússia não está diminuindo seus ataques à Ucrânia e não está tomando medidas para um cessar-fogo, que seria o "primeiro passo" para a paz. "A Rússia não está reduzindo sua máquina militar, está aumentando-a", alertou.

De qualquer forma, ele pediu para combater a ideia de que o tempo está contra a Ucrânia porque, segundo ele, se a Rússia pudesse conquistar a Ucrânia militarmente, "já teria feito isso". A ideia de Kallas é que, como Putin "não pode atingir seus objetivos no campo de batalha, ele deve ser forçado a negociar o melhor resultado para a Ucrânia e a Europa".

As sanções dos EUA e da Europa estão tendo "um grande impacto sobre a economia russa", argumentou Kallas, insistindo que a Rússia está vendo as receitas de energia caírem e perdendo fundos e tropas em sua guerra de agressão.

CONCESSÕES FORAM FEITAS PELO LADO RUSSO

Dessa forma, o Alto Representante rejeitou que a Ucrânia tenha que fazer concessões para interromper a guerra de agressão russa, como reduzir o tamanho de seu exército, ressaltando que, ao contrário, para evitar futuros ataques, Moscou é quem deve sofrer limitações. "Na realidade, deveríamos restringir o exército da Rússia e também seu orçamento militar", disse ela, observando que o Kremlin gasta quase 40% de seu orçamento em defesa.

"A verdadeira ameaça aqui é a Rússia. Nos últimos 100 anos, a Rússia atacou mais de 19 países, alguns três ou quatro vezes. Nenhum desses países jamais atacou a Rússia", disse a ex-primeira-ministra da Estônia, observando que qualquer acordo de paz deve ser baseado em concessões da Rússia para evitar futuros ataques militares.

EMPRÉSTIMO COM ATIVOS RUSSOS CONGELADOS É A MELHOR OPÇÃO

O ministro das Relações Exteriores da UE insistiu em manter o apoio financeiro à Ucrânia, dizendo que os ativos congelados da Rússia deveriam ser usados para um empréstimo de 140 bilhões de euros para manter Kiev na luta.

"Acredito que o empréstimo de reparações é o melhor caminho a seguir. Saúdo o anúncio de hoje de que isso está sendo trabalhado", disse ele, depois que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o executivo da UE está "pronto para apresentar o texto legal" para prosseguir com o plano.

Entretanto, Kallas reconheceu que ainda há muitas questões pendentes sobre os detalhes da proposta. "Em nível político, as necessidades são compreendidas, mas, é claro, o problema está nos detalhes", disse ele. Fontes europeias indicam que cerca de 22 estados-membros são a favor do uso de ativos russos congelados na Europa, enquanto as dúvidas jurídicas da Bélgica persistem e outro grupo de países ainda não apoia a medida.

Com relação à posição da Bélgica, que abriga a sede da Euroclear, o depositário da maioria dos ativos russos congelados na Europa, ela argumentou que "representa seus interesses e preocupações legítimos". "Todos ao redor da mesa estão realmente ouvindo e tentando mitigar esses riscos", disse ele sobre o processo para colocar o uso dos ativos russos nos trilhos.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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