BRUXELAS 16 abr. (EUROPA PRESS) -
A União Europeia lembrou nesta quarta-feira ao primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que a posição dos Estados-membros a partir de 2022 é não participar do desfile de 9 de maio em Moscou, depois que ele defendeu sua presença nas celebrações anuais organizadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, para comemorar o fim da Segunda Guerra Mundial, em conflito com a alta representante da UE, Kaja Kallas, que pediu aos 27 e aos países candidatos à UE que não participassem.
"Temos uma decisão do Conselho sobre isso, em 2022 eles concordaram em rejeitar tais convites", disse a porta-voz de relações exteriores do bloco, Anitta Hipper, em uma coletiva de imprensa, ressaltando que a Rússia usa essas comemorações para "justificar sua guerra de agressão contra a Ucrânia".
"Esse é o contexto e, de nossa parte, é importante não legitimá-lo participando de eventos como esse desfile", disse ela.
Em uma mensagem nas mídias sociais, Fico atacou o Alto Representante como "desrespeitoso" e questionou se era "chantagem ou um anúncio" de que ele seria "punido ao retornar de Moscou".
Pelo contrário, ele defendeu que, como "primeiro-ministro legítimo da Eslováquia", "ninguém" pode lhe dizer para onde ele deve viajar. "Irei a Moscou para prestar meus respeitos aos milhares de soldados do Exército Vermelho que morreram libertando a Eslováquia", disse ele.
De qualquer forma, Bruxelas não quis antecipar se sofrerá represálias se Fico finalmente comparecer ao desfile organizado por Putin em 9 de maio, ao qual o presidente sérvio Aleksandar Vucic também confirmou que comparecerá, e a UE o lembrou de que, como candidato à adesão, ele deve se alinhar à política externa do bloco.
"Não é função da Comissão punir chefes de Estado e de governo", resumiu a porta-voz-chefe da Comissão Europeia, Arianna Podesta, usando o mesmo termo que Fico usou para criticar o executivo da UE.
Na segunda-feira, Kallas advertiu que a UE "não levará a sério" sua participação nesses eventos, que comemoram a vitória das tropas soviéticas sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, enquanto Moscou acusou a UE de fazer declarações "agressivas".
Por sua vez, as autoridades ucranianas incentivaram os líderes da UE e das instituições europeias a viajar para a Ucrânia nesse dia para se opor ao desfile militar russo do Dia da Vitória.
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