BRUXELAS 11 abr. (EUROPA PRESS) -
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia continuarão nesta segunda-feira as discussões para reforçar a entrega de munição de artilharia à Ucrânia, bem como a situação no Oriente Médio no primeiro diálogo de alto nível com a Palestina, em uma sessão na qual aprovarão novas sanções contra o Irã por suas ações hostis ao bloco.
A reunião de Luxemburgo busca reviver a iniciativa da Alta Representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, de fornecer dois milhões de peças de artilharia para a Ucrânia, depois que a UE-27 não conseguiu chegar a um consenso sobre um plano mais ambicioso de até 40 bilhões em ajuda a Kiev este ano.
O problema enfrentado pelo ex-primeiro-ministro da Estônia é a distribuição do financiamento para o plano, orçado em 5 bilhões, de acordo com o peso econômico de cada estado membro. Na verdade, as fontes diplomáticas estão céticas quanto à possibilidade de a reunião de segunda-feira conseguir desbloquear o plano, embora esperem que ela sirva pelo menos para promover novas contribuições para a Ucrânia, já que os países da UE terão que continuar fornecendo munição para o exército ucraniano diante da continuação do conflito.
A divisão dentro da UE está na elaboração de um plano estruturado que obrigue os países a fornecer uma quantia fixa de ajuda, em vez das contribuições voluntárias defendidas por países como França, Itália e Espanha.
"O dinheiro sempre será um problema. Mas é por isso que queremos dividir o ônus, aparentemente essa não é a ideia de alguns, mas não podemos ter cinco ou seis países europeus pagando por todo o suporte de munição para a Ucrânia. Isso simplesmente não está certo", lamentou uma delegação europeia a favor do plano de Kallas, argumentando que ele estabelece uma estrutura institucional para a assistência contínua a Kiev.
Na realidade, a UE está envolvida nesse debate há meses. Já em 2023, o antecessor de Kallas, Josep Borrell, propôs um plano para alocar 20 bilhões por ano para a Ucrânia em vista das futuras necessidades de armamentos, uma iniciativa que a UE-27 reduziu e acabou concordando em alocar 5 bilhões em ajuda imediata a Kiev, assim como o Congresso dos EUA bloqueou uma alocação significativa de fundos para a Ucrânia.
O cenário se repetiu em 2024 na OTAN, quando o então secretário-geral Jens Stoltenberg, em seus últimos meses no cargo, colocou sobre a mesa um pacote de apoio estruturado plurianual de 100 bilhões, que os aliados reduziram para um plano de 40 bilhões para aquele ano e nenhum compromisso futuro.
DIÁLOGO DE ALTO NÍVEL COM A PALESTINA
Luxemburgo também sediará a primeira reunião do Diálogo Político de Alto Nível com a Palestina, uma reunião na qual a UE está exaltando as relações com a Autoridade Palestina, colocando-a em pé de igualdade com um terceiro país, enquanto busca aumentar o apoio internacional ao plano árabe para o futuro de Gaza.
Bruxelas enfatiza o estreito relacionamento com a Autoridade Palestina, da qual a UE é o principal doador, e espera que a reunião sirva para tratar da situação em Gaza depois que Israel retomar sua ofensiva, bem como do futuro da Faixa, onde os 27 apontam para que a Autoridade Palestina desempenhe um papel relevante.
Sobre a mesa estarão outras sanções contra os colonos extremistas responsáveis pela violência na Cisjordânia, um debate no qual vários Estados membros também querem avançar com novas restrições contra o Hamas.
Embora as relações com Teerã não estejam formalmente na pauta da reunião, o encontro entre os EUA e o Irã sobre a questão nuclear pairará sobre as cabeças dos ministros, enquanto a UE adotará novas sanções contra o regime dos aiatolás por suas ações hostis contra a UE-27, como a prisão injustificada de cidadãos europeus para negociar trocas com prisioneiros iranianos na Europa.
"O Irã é um país preocupante. Além da política de reféns, há o fornecimento de armas à Rússia, a situação dos direitos humanos, a situação na região e, é claro, o programa nuclear. A lista é longa", explica uma fonte europeia sobre a abordagem em relação ao regime iraniano.
Em meio à tensão entre Washington e Teerã para impedir que o Irã desenvolva seu programa nuclear, a capital da UE valoriza as negociações indiretas em Omã e espera que elas deem frutos, enquanto o Reino Unido, a Alemanha e a França reservam a opção de invocar a cláusula para retomar as sanções contra o Irã nas Nações Unidas em junho.
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