BRUXELAS 4 jul. (EUROPA PRESS) -
A União Europeia criticou nesta sexta-feira o reconhecimento do regime Talibã no Afeganistão pela Rússia, afirmando que a medida "prejudica" os esforços da comunidade internacional para se relacionar com Cabul com base em suas ações internas e no tratamento dado às minorias, incluindo a revogação de políticas discriminatórias contra as mulheres.
"Reconhecer o Talibã como o governo legítimo do Afeganistão prejudica os esforços internacionais em andamento para encontrar soluções para uma paz duradoura no Afeganistão e para a estabilidade na região", disse o porta-voz de relações exteriores da UE, Anouar El Anouni, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, depois que a Rússia aceitou as credenciais do novo embaixador afegão em Moscou e anunciou seu reconhecimento formal do Talibã como o governo legítimo do país.
O porta-voz lembrou que o relacionamento da UE com Cabul se baseia nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que afirmam que os contatos "operacionais" com o Talibã são conduzidos de acordo com as políticas e ações das autoridades afegãs "de fato".
"Para nós, da UE, a legitimidade interna das autoridades deve preceder qualquer questão de legitimidade internacional", resumiu El Anouni. Após o retorno do grupo fundamentalista ao poder em agosto de 2021, após a saída abrupta das tropas internacionais, a UE defendeu uma presença diplomática mínima em Cabul, mas se recusou a ir além disso e denunciou a reimposição de restrições severas contra mulheres e minorias.
A Rússia tornou-se o primeiro país do mundo a reconhecer o Emirado Islâmico do Afeganistão, controlado pelo Talibã, após receber as credenciais do novo embaixador. Cabul saudou a medida, que considera como a abertura de "uma nova fase" nas relações bilaterais entre a Rússia e o Afeganistão.
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