Publicado 19/11/2025 12:22

A UE-27 discutirá amanhã como apertar o cerco à frota fantasma da Rússia e apoiar a Ucrânia com bens congelados.

Eles tentarão usar as missões da UE na Palestina para treinar milhares de policiais para a futura segurança de Gaza

Archivo - Arquivo - Alta Representante da UE, Kaja Kallas, em uma reunião do Conselho de Relações Exteriores em Bruxelas.
FREDERIC SIERAKOWSKI // EUROPEAN COUNCIL - Arquivo

BRUXELAS, 19 nov. (EUROPA PRESS) -

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia discutirão outras medidas na quinta-feira para apertar o laço em torno da frota fantasma da Rússia usada para contornar as sanções econômicas, bem como maneiras de manter o apoio contínuo à Ucrânia, já que a Comissão Europeia se movimentou para desbloquear o empréstimo de reparação para a Ucrânia usando a liquidez dos ativos russos.

A reunião dos ministros das Relações Exteriores será a ocasião para revisitar o debate sobre a frota fantasma, já que ela se tornou um buraco nas sanções europeias e o bloco concluiu que não é suficiente sancionar as 50.000 embarcações que Moscou emprega. Bruxelas defende que se tomem mais medidas, que se vá mais longe e que se estabeleçam contatos com os Estados que sinalizam esses navios e com os países que permitem que essas embarcações permaneçam em seus portos.

"É um problema enorme. Não conseguimos sancionar todos os navios dessa frota. Além disso, há questões relacionadas ao direito internacional, à lei do mar e aos códigos que se aplicam ao embarque de navios", resumiu um alto funcionário europeu.

A intenção da UE é que os ministros das relações exteriores da UE-27 explorem mais as opções de uma abordagem "robusta" para abordar e inspecionar os navios da frota fantasma, embora as dúvidas sobre a estrutura legal para tais operações estejam pesando mais.

Além disso, nas últimas sanções europeias, a 19ª rodada, a UE ampliou sua "lista negra" para 557 embarcações e impôs restrições ao acesso aos portos, limites às transferências entre navios e ao seguro, bem como um registro de embarcações de bandeira falsa.

Mas os estados-membros não querem esperar por pacotes de sanções mais abrangentes contra Moscou para sancionar mais embarcações. "Queremos uma lista atualizada de navios fantasmas em nosso radar para que possamos acelerar o ritmo, porque essa é uma fonte de receita muito importante para os russos financiarem sua guerra", explicam outras fontes diplomáticas, que reconhecem que a frota fantasma está forçando a UE a pensar em novas medidas para reagir às manobras russas.

USO DE ATIVOS RUSSOS PARA APOIAR A UCRÂNIA

Embora não esteja formalmente na pauta da reunião, o assunto do momento na capital da UE, a opção de usar os ativos russos congelados na Europa para um empréstimo de 140 bilhões de euros para apoiar a Ucrânia na luta nos próximos dois anos, está pairando sobre a reunião de relações exteriores.

Fontes europeias consideram que a carta da presidente da UE, Ursula von der Leyen, às capitais, na qual ela ofereceu esclarecimentos sobre as garantias legais para minimizar os riscos derivados da operação, incluindo garantias "legalmente vinculantes, incondicionais, irrevogáveis e necessárias" dos estados-membros, é um avanço qualitativo.

"Muitos ministros enfatizarão a importância dessa questão e expressarão suas preferências", desenvolveram outras fontes que apontam para um consenso crescente na UE sobre empréstimos usando ativos russos congelados, vistos como a melhor opção para apoiar Kiev nos próximos anos.

De qualquer forma, a questão continua sendo espinhosa dentro do bloco, dadas as dúvidas persistentes da Bélgica, que abriga a sede da Euroclear, a entidade com o maior volume de ativos soberanos russos congelados. Assim, fontes europeias consideram que qualquer decisão depende da aprovação dos líderes europeus e apontam para a cúpula de chefes de Estado e de governo daqui a um mês para o possível sinal verde a ser dado ao plano.

TREINAMENTO DE 3.000 MEMBROS DA FUTURA FORÇA POLICIAL PALESTINA

Em relação à situação no Oriente Médio com o progresso do plano de paz de Donald Trump, o bloco europeu terá sobre a mesa as contribuições concretas que deseja fazer para a futura segurança na Faixa de Gaza. Assim, os ministros das Relações Exteriores discutirão a proposta do Serviço de Ação Externa da UE de adaptar as missões civis em Rafah e na Cisjordânia para o treinamento de pelo menos 3.000 policiais palestinos, parte de um futuro contingente na Faixa.

A medida exigirá a expansão do mandato das missões atuais para assumir o treinamento da polícia palestina, uma tarefa que também poderia ser realizada em países vizinhos. Isso exigiria a concordância dos Estados membros, que também teriam que contribuir com meios técnicos e pessoal para a missão.

Por trás dessa proposta está o objetivo da UE de desempenhar um papel no futuro de Gaza, já que uma força internacional, como a prevista no plano de paz de Donald Trump, terá uma presença limitada no tempo e acabará sendo substituída por um contingente palestino.

SUDÃO E SAHEL

Entre outras questões internacionais, os ministros europeus abordarão a grave deterioração da situação no Sudão, onde a queda de El Fasher nas mãos das Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares gerou uma situação "extremamente difícil", de acordo com organizações humanitárias, com o deslocamento de milhares de famílias.

A ideia da UE é reforçar as sanções contra os responsáveis pelas atrocidades cometidas contra civis no Sudão e trabalhar para que sejam responsabilizados, além de buscar o fim do conflito e fazer com que as RSF e o exército sudanês se sentem e negociem.

"Estamos discutindo a situação no país, incluindo a melhor forma de desacelerar, prejudicar ou impedir que países vizinhos ou países forneçam armas para ambas as facções", disse um alto funcionário da UE.

Em relação ao Sahel, os ministros discutirão uma nova abordagem em suas relações com a região para se tornarem mais "proativos" e retomarem o diálogo com alguns países da área abertos à cooperação, dado o fiasco das juntas militares em países como Mali, Níger e Burkina Faso, em uma região marcada por desafios de segurança e crescente influência russa.

"Não podemos nos dar ao luxo de permanecer passivos diante do que está acontecendo no Sahel", diz um alto funcionário da UE, que considera "fracassos" as juntas militares que retiraram as forças civis internacionais do país e acabaram cedendo terreno para organizações jihadistas ou caindo na rede de influência da Rússia.

Assim, a UE está confiante de que tem a capacidade de recuperar sua presença no terreno e cooperar com alguns dos países. Dentro do bloco, a UE vê espaço para aumentar o contato, mas sempre no interesse da Europa e em busca de melhorar a situação nesses países.

Esta notícia foi traduzida por um tradutor automático

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