MADRID, 3 nov. (EUROPA PRESS) -
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descartou no domingo a possibilidade de entrar em guerra com a Venezuela, apesar da crescente escalada militar devido aos ataques de Washington a supostos narcobarcos no Caribe e no Pacífico, que mataram pelo menos 50 pessoas.
Questionado sobre um conflito com o país latino-americano em uma entrevista à CBS, o inquilino da Casa Branca afirmou que "duvido, acho que não", apesar da chegada iminente do porta-aviões USS Gerald Ford ao Caribe.
Sobre a questão da intervenção militar em solo venezuelano, o presidente dos EUA se recusou a afirmar "se é verdade ou mentira". "Eu não estaria inclinado a dizer que faria isso porque não falo com jornalistas sobre se vou atacar ou não (...) Não vou dizer a vocês o que vou fazer com a Venezuela, se vou fazer isso ou não", acrescentou, antes de reiterar que Caracas "nos tratou muito mal, não apenas com drogas".
Como em ocasiões anteriores, Trump destacou que as autoridades venezuelanas "trouxeram para nosso país (...) 11.888 assassinos", um extremo que ele atribuiu novamente às políticas de imigração de seu antecessor, Joe Biden, e que "não vamos permitir".
"Eles deixaram entrar pessoas que nunca deveriam ter entrado. A Venezuela esvaziou suas prisões nos Estados Unidos. E cada um desses navios que eles veem ser abatidos - e eu concordo, é uma coisa terrível - mata 25.000 americanos. Cada barco que é abatido mata 25.000 pessoas por causa do tráfico de drogas e destrói famílias em todo o país", disse ele.
Ainda assim, Trump disse que as operações não são apenas para acabar com o tráfico de drogas, mas "são sobre muitas coisas", quando perguntado se elas têm como objetivo derrubar o presidente venezuelano Nicolas Maduro, sugerindo que seus dias no comando do país latino-americano estão contados. "Eu diria que sim. Acho que sim", disse ele.
As observações foram feitas dias depois que os militares dos EUA mataram três pessoas em outro ataque a um barco no Caribe, provocando um confronto com Maduro e seu colega colombiano, Gustavo Petro, sobre uma operação que as ONGs chamaram de "ilegal".
As Nações Unidas também denunciaram que não há "nenhuma justificativa legal" para a realização desses bombardeios e alertaram que - com base nas "pouquíssimas informações" fornecidas pelas autoridades dos EUA - "nenhum dos indivíduos nos barcos atacados (até o momento) representava uma ameaça iminente" e, portanto, pediram uma investigação "rápida, independente e transparente" de cada um dos ataques, com o objetivo de até mesmo processar e condenar aqueles que violaram a lei.
De acordo com a CBS, os militares dos EUA mataram pelo menos 64 pessoas nesses ataques, que começaram em setembro do ano passado em barcos no Caribe e no Pacífico.
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