Ele acusa Obama de "entregar" a península aos russos e se declara a única pessoa capaz de negociar a paz na Ucrânia.
MADRID, 25 abr. (EUROPA PRESS) -
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu como certo que a península da Crimeia continuará a fazer parte da Rússia e não considera nenhuma outra opção em sua oferta de negociação de paz para acabar com a guerra na Ucrânia; um conflito que, ele garantiu, tem sua origem nas aspirações do governo ucraniano de se juntar à OTAN.
Acho que a causa da guerra foi que eles começaram a falar em entrar para a OTAN", disse Trump em uma entrevista à revista "Time", por ocasião da conclusão dos primeiros cem dias de seu novo governo. Essas conversas são citadas pela Rússia como uma das "causas fundamentais", como o Kremlin costuma chamá-las, do conflito ucraniano.
"Acho que (a Ucrânia) nunca conseguirá entrar para a OTAN, e acho que tem sido assim desde o primeiro dia. Se eles nunca tivessem levantado essa questão, a probabilidade de que a guerra nunca tivesse começado seria maior", acrescentou.
Trump também reconheceu que havia renegado sua promessa eleitoral de acabar com a guerra "no primeiro dia" da posse. "Eu disse isso no sentido figurado, como um exagero, mas, é claro, veio a interpretação da mídia sobre as notícias falsas. As pessoas sabiam que eu estava dizendo isso em tom de brincadeira, mas também sabiam que eu iria acabar (com a guerra)", disse ele.
Depois de insistir mais uma vez que a guerra na Ucrânia é consequência das políticas de seus antecessores democratas, Joe Biden e Barack Obama, e que "isso nunca teria acontecido" sob a presidência de Trump, o presidente se declarou confiante de que a paz ainda é possível. No entanto, ele ressaltou que a Ucrânia terá que se resignar a perder a península da Crimeia.
"A Crimeia vai ficar na Rússia", declarou Trump após acusar Obama de "entregar" a península ao governo russo, que assumiu o controle da área em 2014. A Rússia acabou incorporando o território em um referendo não reconhecido pela comunidade internacional.
"Eles não teriam tirado isso de mim como tiraram de Obama", disse Trump, antes de se declarar convencido de que o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, "entende o que vai acontecer" com a península. "Eles (a Rússia) estão lá com seus submarinos há muito mais tempo, e o povo da Crimeia fala principalmente russo", enfatizou. Trump evitou falar sobre outros territórios ucranianos sob controle russo: "Se eu falar sobre a Crimeia é porque ela é a única que sempre é mencionada".
O presidente dos EUA finalmente expressou confiança de que seu colega russo aceitaria os termos que ele propôs - a entrevista, vale ressaltar, foi realizada em 22 de abril, dois dias antes de Trump pedir a Putin que "parasse" após um novo ataque russo a Kiev que deixou uma dúzia de mortos - sabendo que, se dependesse do presidente russo, Moscou "teria tomado toda a Ucrânia" se não fosse por Trump: "Graças a mim, sou a única pessoa que pode negociar isso".
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